Seca zera compensação para prefeituras

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Cascavel – A falta de chuva dos últimos meses trouxe prejuízo para os nove municípios que recebem compensação financeira pela produção de energia da Usina José Richa (no Salto Caxias), localizada entre Boa Vista da Aparecida e Capitão Leônidas Marques, no Oeste do Paraná. Os valores repassados praticamente caíram a zero em setembro porque a região enfrenta uma das piores estiagens da sua história e a hidrelétrica praticamente parou de produzir.

O município de Boa Vista da Aparecida é um dos que está tendo maior prejuízo com a seca. De acordo com o prefeito, Oldino José Viganó, a prefeitura deve receber este mês apenas R$ 515 oriundos da compensação financeira da usina. O repasse mensal era de cerca de R$ 150 mil. O dinheiro recebido da hidrelétrica representa até 35% do orçamento mensal da prefeitura. Sem o dinheiro, o prefeito estuda medidas drásticas para evitar a paralisação das atividades. Um delas é dar férias coletivas para parte dos 347 servidores municipais. "Eu não tenho outra alternativa senão cortar os gastos. Este dinheiro repassado pela usina é usado para a manutenção da administração, do parque de máquinas, entre outros serviços."

Ajuste nas contas

Outro município duramente afetado é o de Três Barras do Paraná. A prefeitura já chegou a receber R$ 170 mil da hidrelétrica – 20% de seu orçamento mensal. Neste mês, no entanto, o valor não deve chegar a R$ 1 mil. O prefeito Valdir Martinazzo diz que a situação é preocupante. "A prefeitura não tem onde buscar outra fonte de arrecadação. A saída é promover um ajuste nas contas." O primeiro setor a sofrer cortes, segundo ele, é o de manutenção de estradas rurais e urbanas.

Ao todo, nove municípios recebem os royalties da produção em Salto Caxias: Boa Vista da Aparecida, Nova Prata do Iguaçu, Três Barras do Paraná, Capitão Leônidas Marques, Boa Esperança, Cruzeiro do Iguaçu, São Jorge do Oeste, Quedas do Iguaçu e Salto do Lontra.

De acordo com a Copel, o valor é repassado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que gerencia a distribuição destes recursos entre os beneficiários (estados, municípios e órgãos da administração direta da União), baseado no volume de energia gerada pela usina. Segundo a Copel, a normalização da produção de energia depende da chuva. A unidade tem quatro turbinas com capacidade de 310 megawatts cada.