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A Secretaria de Direito Econômico e a Secretaria de Acompanhamento Econômico identificaram, em análise preliminar, que a aquisição do grupo Ipiranga por Petrobras, Braskem e Ultra "tem o potencial de causar danos à concorrência" em mercados ligados a distribuição e petroquímica.

Em nota nesta terça-feira, as secretarias informaram ter pedido ao Conselho Administrativa de Defesa da Concorrência (Cade) a adoção de medida cautelar sobre a aquisição.

As secretarias ressaltaram que a medida cautelar não necessariamente implicará restrições à operação.

O pedido tem dois objetivos, segundo a nota: garantir que eventuais restrições impostas pelos órgãos de defesa da concorrência à operação sejam efetivas e garantir que a operação seja concretizada sem sobressaltos para o mercado financeiro.

As secretarias afirmaram que, na distribuição de combustível, a incorporação de postos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste à Petrobras elevará sua participação para cerca de 50 por cento em vários municípios.

"Ademais, a Ultra, que será a principal concorrente da Petrobras Distribuidora no Sul-Sudeste, irá gerir sob comissão os negócios da Petrobras nessas regiões", acrescentou.

"Esse canal de comunicação e comunhão de interesses entre dois concorrentes é potencialmente danoso à concorrência e poderia favorecer conluio entre as empresas nas regiões Sul e Sudeste."

No setor petroquímico, "como a Petrobras controla o fornecimento de matéria-prima de todos os pólos petroquímicos do Mercosul, sua reentrada como concorrente neste mercado... suscita preocupações concorrenciais", apontaram as secretarias.

A operação foi anunciada no mês passado, num valor total de cerca de 4 bilhões de dólares.

Procurada pela Reuters, a assessoria da Petrobras informou que não comentaria o assunto.

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