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O secretário do Tesouro, Arno Augustin, rebateu nesta terça-feira (11) críticas de excesso de intervenções do governo no setor privado e afirmou que a redução das taxas de retorno é "irreversível".

A renovação dos contratos de concessão de energia elétrica desencadeou um mau humor dos investidores com o Brasil e alimentou críticas de que o governo busca reduzir o retorno das empresas na marra.

"As quedas das taxas de juros e de retorno no Brasil são irreversíveis", afirmou Augustin. "E não é porque o governo quer. Os fundamentos do Brasil são melhores. A regulação está melhor e isso leva a concorrência a fixar taxas menores".

Augustin participou de evento organizado pela agência de notícias Bloomberg, em São Paulo.

Presentes ao evento, executivos de empresas que detêm concessões públicas informaram que suas taxas estão, de fato, declinantes. Marcelino de Seras, da Ecorodovias, afirmou que até o ano passado, o retorno dos investimentos estava acima de 10% e que, em uma concessão recente no Estado de São Paulo, prevê retorno de 9,9%.

Invepar (administradora do aeroporto de Guarulhos) e Triunfo (do aeroporto de Viracopos) informaram obter retorno nos seus investimentos entre 9% e 10%.

Augustin afirmou que, no caso específico do setor elétrico, o governo "está cumprindo rigorosamente os contratos" e que a redução das tarifas - e do retorno das empresas - é uma tendência que prosseguirá, uma vez que "outras concessões de outras hidrelétricas também vão vencer."

O secretário afirmou que as reclamações vêm dos setores que perderam com a mudança. "Quem perde sempre reclama", disse. E que não acredita que haja uma visão negativa dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil. "É só observar as taxas de juros que estão aceitando por títulos brasileiros".

O secretário do Tesouro afirmou ainda que vários marcos regulatórios do país "precisavam de reformulação", o que ocorreu ao longo de 2012 e que "a partir de agora vem a parte boa", com aumento do investimento. Augutin afirmou que o horizonte do governo não é apenas a crise e o crescimento fraco.

"Essa estratégia não é para reativar a economia em um ano de crise internacional. É, sim, para incentivar a economia em um momento de crise mas dá sustentabilidade para o Brasil crescer no médio e longo prazos", afirmou Augustin, para quem o crescimento 0,6% no 3º trimestre "não foi tão ruim".

Na sua visão, há uma aceleração em curso e que a atividade foi comprometida pelo desempenho do setor financeiro em um momento de queda dos juros.

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