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A futura sede da Petrobras em Vitória, no Espírito Santo, custará pelo menos 6,4 vezes mais do que o anunciado. Orçada em 2005 em R$ 90 milhões, a sede, a ser inaugurada este ano, já consumiu R$ 580 milhões - 544% mais do que o valor previsto. Os gastos com a mais luxuosa de suas instalações coincidem com o anúncio, em breve, do novo plano de negócios da companhia, que deverá limitar os investimentos até 2015, para conter gastos.

A sede da Petrobras ocupa terreno de 101 mil metros quadrados na Reta da Penha. Quem passa ali rumo ao centro avista os prédios sobre uma colina à esquerda. São duas torres ligadas por um prédio central e construções anexas laterais.

O projeto do arquiteto Sidonio Porto venceu em 2005 concurso promovido pela Petrobras e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil. Os participantes tinham de limitar os projetos a especificações predefinidas, como o uso máximo de 45 mil metros quadrados de área construída. Hoje, placa em frente à obra informa que a área construída será de 91.336,58 metros quadrados o dobro do planejado em 2005. Assim, a ideia de a sede funcionar em um cinturão verde não se concretizará, por falta de espaço.

Se mantida a área construída inicial, ao preço de hoje a sede teria o maior valor do metro quadrado do Espírito Santo: R$ 12 mil. Segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado, Ary Bastos, não há similar na região. A área mais valorizada de Vitória é a Enseada do Suá, onde o metro quadrado chega a R$ 10 mil. Com a metragem da placa, o metro quadrado do terreno da Petrobras desce para R$ 6.350, ainda assim bem mais do que o máximo do bairro, estimado pelo sindicato em R$ 5 mil.

A Petrobrás informou que "o valor inicial de R$ 90 milhões foi usado como parâmetro básico para a realização do concurso". A empresa enumerou fatores que podem ter contribuído para a elevação dos custos, como "sistema digital de iluminação" e "aquecimento solar de água". Fala ainda que a obra "contempla a aplicação das últimas tecnologias em equipamentos e sistemas voltados para a ecoeficiência do projeto".

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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