Segmentação é aposta do setor de seguros para ganhar clientes

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Seja para riscos pessoais ou corporativos, os seguros estão cada vez mais segmentados. De dez anos para cá, as organizações do setor vêm personalizando as coberturas não só de acordo com a simples divisão entre pessoa física e pessoa jurídica, mas segundo as necessidades e riscos específicos de cada perfil de cliente e atividade da economia. Tal movimento, segundo especialistas, vem provocando a popularização do serviço.

Estimativas da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg) apontam que em 2011 o mercado atingiu o faturamento de R$ 218,6 bilhões – crescimento de 17,1% em relação ao ano anterior. Para 2012, a expectativa da instituição é de uma nova ampliação de receita de dois dígitos, 12,8%.

Ainda de acordo com números da CNSeg, de 2002 a 2010 a arrecadação do mercado dos seguros de riscos especiais, modalidade que abrange serviços ou áreas de cobertura que fogem aos maiores mercados, saltou 507%. Os seguros segmentados são dos tipos mais diversos: há alguns voltados exclusivamente à saúde feminina; outros para executivos; para estabelecimentos como bares e restaurantes; e ainda contra roubos e danos a equipamentos eletrônicos como câmeras fotográficas e tablets.

Francisco Vidigal Filho, vice-presidente da Marítima Seguros, explica que na maior parte dos casos o formato das apólices é o de seguros convencionais, com o acréscimo de alguns ajustes particulares para o segurado. "Aí, são vistos os riscos específicos de cada negócio e adicionados serviços complementares", detalha Vidigal.

De acordo com o diretor da Bergus Corretora de Seguros, Luis Carlos Tourinho, as atividades empresariais têm riscos muito diversos e que estão vinculados às suas operações. "E isso acaba influenciando o produto que será oferecido aos clientes", diz. "Nas análises feitas, os riscos que determinado setor enfrenta de maneira mais restrita acabam reduzidos e a cobertura se concentra em finalidades de maior dependência. O serviço e seus custos ficam, então, mais adequados aos riscos específicos e com taxas diferenciadas", complementa.

Além da segmentação em si, o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguro do Paraná (Sincor-PR), José Antônio de Castro, aposta nos preços mais acessíveis dos seguros em geral para a conquista de novos clientes. "Em várias modalidades, as margens estão diminuindo, dando vez a prêmios mais baratos. Isso também ajuda a fazer com que a cultura dos seguros chegue a mais pessoas", afirma.

Como exemplo, Castro menciona a diminuição de até 30% nos seguros empresariais em comparação com os valores exercidos na última década. "Uma das causas para isso é a contratação de pacotes completos, que já contam com os serviços específicos de que a empresa precisa", diz. Outro caso é o dos seguros de responsabilidade civil, feitos para proteger executivos e empresas de riscos causados pela sua atividade. "É outra modalidade que evoluiu e se disseminou, cobrindo diferentes áreas de atuação e de forma bem definida. Para dar um exemplo, se antes, para uma apólice de R$ 1 milhão, o prêmio ficava em torno de R$ 40 mil, hoje, já é possível contratar pagando R$ 18 mil", afirma.