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Redução - Petrobrás quer evitar emissão de gás carbônico

Em seu balanço social e ambiental de 2006, a Petrobrás não falou em redução, mas informou que pretende evitar a emissão de 18,5 milhões de toneladas de gás carbônico até 2011. No ano passado, quando investiu R$ 1,4 bilhão em preservação do meio ambiente, a petroleira conseguiu reduzir o índice em 2%, para 50,43 milhões de toneladas. Mas, com o crescimento da produção nos últimos anos, o volume é alto se comparado às 30,43 milhões de toneladas de 2002.

A emissão no ano passado – que inclui dados das unidades brasileiras e do exterior, além dos navios que transportam o petróleo e da energia elétrica consumida pela empresa – é equivalente à de quase 85,5 milhões de carros populares que rodem dez quilômetros por dia ao longo de um ano. Para compensar todo esse volume e ganhar o título de "carbono neutro", a empresa teria de plantar cerca de 250 milhões de árvores (em 20 anos, cada árvore absorve, em média, quatro toneladas do gás). (FJ)

A indústria automobilística mundial parece estar longe de desenvolver uma alternativa viável para substituir totalmente os motores a gasolina e a diesel, combustíveis de origem fóssil e grandes poluidores. Criados no fim do século 19, os motores a explosão tiveram pouquíssimas mudanças desde então e, embora a legislação brasileira tenha imposto reduções de até 80% nos últimos 30 anos, a poluição gerada por um automóvel ainda impressiona. Segundo cálculo disponível no site da consultoria Max Ambiental, um veículo com motor 1.4, que rode dez quilômetros por dia, emite em um ano 590 quilos de gás carbônico – para compensar essa poluição, cada motorista teria de plantar seis árvores a cada 12 meses.

No Brasil, veículos a álcool são "neutros", pois a poluição do motor é compensada pelo plantio da cana-de-açúcar – o canavial absorve mais gás carbônico que o emitido pela frota nacional movida a etanol. Mas a proporção mundial de carros a álcool é quase irrelevante. "O hidrogênio é uma alternativa interessante ao arcaico motor a explosão", disse Luiz Pinguelli Rosa, coordenador do Programa de Planejamento Estratégico do Coppe/UFRJ e secretário-executivo do Fórum de Mudanças Climáticas. Mas, segundo ele, a expansão do carro a hidrogênio – com pouquíssimas unidades rodando no planeta – esbarra na dificuldade em se obter a substância.

Enquanto não conseguem compensar a poluição dos veículos, algumas montadoras tentam diminuir o impacto ambiental da produção. Quase todas têm origem européia, e acabam seguindo os parâmetros estabelecidos pela matriz – na Europa, a legislação do setor é bem mais rígida. No Paraná, as fábricas da Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), da Volkswagen e da Renault (ambas de São José dos Pinhais) são exemplo dessas mudanças.

A Renault européia deve produzir 1 milhão de veículos que emitam menos de 140 gramas de gás carbônico por quilômetro, seguindo a nova legislação do continente. No Brasil, a montadora estima que o índice esteja entre 140 e 160 gramas por quilômetro, e mudanças no índice ainda não têm data para ocorrer. Mas, com investimentos de até R$ 5 milhões, a empresa pretende neste ano reduzir em 10% o uso de água, em 15% o consumo de energia e em 5% o volume de gás natural por veículo produzido.

Na Volvo, a meta é reduzir o consumo de energia em 28% até 2008, em relação aos níveis de 2005, economizando cerca de 4,3 mil megawatts-hora (MWh) por ano. A medida contribuirá para emitir 800 toneladas de gás carbônico a menos todos os anos, já que cerca de 40% da matriz energética da empresa é de combustíveis fósseis, como gás natural, GLP e diesel.

A fábrica substituiu o sistema de iluminação das áreas de montagem e logística e instalou uma bomba de calor que aproveita o calor gerado no processo industrial para aquecer a água do vestiário, economizando GLP. Em breve, a tecnologia será implantada na cozinha da unidade.

A troca das lâmpadas da área administrativa está em andamento, assim como mudanças no sistema de ar comprimido, que terão o maior impacto dentro do programa – redução de 1,2 mil MWh por ano. "O consumo de energia por unidade produzida era de 1,89 MWh em 2003, caiu para 1,67 MWh no ano passado e deve chegar a 1,01 MWh até 2008", diz Edna Fabris Berg, coordenadora de meio ambiente da Volvo.

A Volkswagen – que tem no Paraná uma de suas unidades mais modernas, onde usa pintura à base de água, sem solventes – pretende reduzir as emissões por carro produzido. O desempenho dos últimos cinco anos, no entanto, é modesto: a produção do Gol em Taubaté (SP) caiu 13% desde 2002.

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