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A alta de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros da economia (Selic), anunciada nesta quarta-feira (8) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), terá um efeito reduzido nas operações de crédito. A avaliação é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que projetou o impacto da elevação da Selic, de 12% para 12,25% ao ano, sobre as taxas cobradas de consumidores e empresas.

De acordo com a Anefac, o efeito será pequeno porque "existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas cobradas ao consumidor que, na média da pessoa física, atingem 121,96% ao ano". A diferença entre a Selic e o que é efetivamente cobrado das empresas também é grande.

Pelas projeções da Anefac, a alta da Selic para 12,25% ao ano fará os juros cobrados no comércio subirem de 95,15% para 95,60% ao ano. A taxa média do cartão de crédito passará de 238,30% para 239,03% ao ano. No caso do cheque especial, a alta da Selic fará a taxa de juros subir de 155,20% para 155,76% ao ano.

As operações de crédito em bancos e financeiras também ficarão um pouco mais caras para o consumidor. A taxa de juros média do crédito direto ao consumidor (CDC) oferecido por bancos para a compra de automóveis subirá de 33,23% para 33,55% ao ano. Já o empréstimo pessoal realizado em bancos passará de 74,52% para 74 92% ao ano. Nas financeiras, os juros médios dos empréstimos pessoais passarão de 196,50% para 197,15% ao ano.

Na prática, as altas projetadas indicam pequenos aumentos, em reais, para o consumidor. De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac, com a Selic em 12,25% ao ano, o consumidor que for financiar a compra de uma geladeira de R$ 1,5 mil (preço à vista) em 12 vezes (zero de entrada mais 12 prestações) pagará parcelas mensais de R$ 176,47 (juros de 5,75% ao mês ou 95,60% ao ano). Antes da mudança, com a Selic em 12% ao ano, as prestações eram de R$ 176,28 (5,73% ao mês ou 95,15% ao ano).

Empresas

Entre as pessoas jurídicas, o impacto do aumento da Selic também será pequeno. Nos cálculos da Anefac, a taxa média de juros em operações de capital de giro subirá de 44,92% para 45,26% ao ano. Os juros das linhas de desconto de duplicatas passarão de 45,93% para 46,27% ao ano. No caso da conta garantida, a taxa subirá de 95,38% para 95,82% ao ano.

Em uma operação de capital de giro no valor de R$ 50 mil com prazo de 90 dias, exemplifica a Anefac, uma empresa pagará, após o aumento da Selic, R$ 4.891,36 de juros (taxa de 3,16% ao mês ou 45,26% ao ano). Com a Selic anterior, o encargo era de R$ 4.859,44 (3,14% ao mês ou 44,92% ao ano).

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