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O Crossfox é um dos modelos que já estão acabando nas concessionárias | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
O Crossfox é um dos modelos que já estão acabando nas concessionárias| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Os funcionários da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, em greve há quase um mês, rejeitaram ontem a nova proposta da empresa apresentada na assembleia geral de ontem. Agora, a situação deve ser decidida na Justiça. O dissídio já está sendo analisado pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR).

Atualmente, o órgão espera um retorno do Ministério Público do Trabalho (MPT), que vai fazer um parecer geral sobre a situação, para poder avaliar a questão. A partir do momento em que o processo retornar, ele entra na pauta do TRT-PR e é analisado por um desembargador. Neste caso, a decisão do magistrado é soberana e não cabe recurso de nenhuma das partes.

Os trabalhadores reivindicam uma Participação de Lucros e Resultados (PLR) equivalente a R$ 12 mil, com o pagamento de R$ 6 mil na primeira parcela. A empresa melhorou sua proposta, oferecendo uma primeira parcela de R$ 5,2 mil e um segundo pagamento igual ao que receberão os funcionários da fábrica do ABC paulista, no segundo semestre – o valor ainda não foi definido. "Se for para equiparar a participação, então os salários também deveriam ser equiparados com as empresas do ABC, que são mais altos", rebateu Jamil Dávila, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).

Os trabalhadores querem que a PLR seja equiparada com o valor pago pelas demais montadoras da região de São José dos Pinhais, diz o sindicalista. A Volvo, por exemplo, dará R$ 15 mil de PLR aos seus funcionários. O sindicato ainda argumenta que, além do valor, a proposta também foi rejeitada porque a empresa queria impor dias adicionais aos trabalhadores.

A Volkswagen, por meio de nota oficial, disse que "lamenta que a situação não tenha sido resolvida com a proposta apresentada" e afirma que "vê com preocupação a continuidade do movimento grevista". A nota ainda reitera a disposição da empresa em buscar uma solução para o impasse por meio da negociação.

Concessionárias dizem que estoque acaba logo

A paralisação da Volkswagen já afeta os estoques dos modelos fabricados em São José dos Pinhais nas concessionárias de Curitiba. Antônio Carlos Altheim, diretor comercial da Corujão, diz que os modelos Crossfox, Fox Prime e Golf estão praticamente esgotados na concessionária, e que apenas 20 unidades do Fox 1.0 estão disponíveis. Altheim acredita que, com mais dez dias de greve, o estoque da loja pode se esgotar.

Outro grande problema é o atraso na entrega dos veículos. Segundo Altheim, uma encomenda que antes demorava quatro dias para chegar agora leva de seis a sete semanas. "Os compradores querem o produto para pronta entrega. Quando o cliente busca um modelo e não encontra, ele busca outra marca e compra um similar", afirma. De acordo com o diretor, por causa da greve a concessionária deixou de vender 30 carros. Para minimizar as perdas, a loja optou por fortalecer a campanha de vendas do Gol.

Edilberto Lipinski, gerente comercial da Luson, diz que a concessionária abasteceu o estoque para se prevenir dos efeitos da greve, mas agora ele já começa a se preocupar. Além de alguns modelos estarem em falta, como o Crossfox, há também um grande atraso na instalação de acessórios – segundo Lipinski, há três pedidos parados na fábrica, com 20 dias de atraso. Já Ricardo Kennedy, gerente comercial da Servopa, afirma que a paralisação até agora não atrapalhou as vendas da loja, mas, se a greve durar mais 15 dias, a empresa deve enfrentar problemas.

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