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Improviso

Renault aluga salas para administrativo

A greve é dos metalúrgicos, mas funcionários de áreas administrativas das montadoras também não tem trabalhado – ao menos não nos lugares convencionais. Como os grevistas impedem o acesso às fábricas, a solução encontrada pela Renault foi alugar salas de hotéis e até de faculdades de Curitiba e São José dos Pinhais, por onde espalhou seus funcionários da administração. "Estamos na base do improviso. Mas não dá para fazer tudo daqui, longe da fábrica. Não consigo tocar nem 10% do trabalho normal", diz um deles, que está trabalhando com cerca de 20 colegas em um hotel de Curitiba.

Segundo ele, a parada da fábrica compromete a formação de estoques para as próximas semanas, quando as montadoras tentarão convencer o consumidor a comprar seu carro antes do aumento do IPI – o imposto começa a ser elevado a partir de 1º de outubro. "As lojas estão vendendo, mas os veículos não estão sendo repostos. Vai chegar uma hora em que o cliente não conseguirá comprar determinado modelo", diz o funcionário. "Quando a greve terminar, a ideia é implantar um esquema de horas extras, para tentar compensar o tempo perdido." (FJ)

Os 2,6 mil funcionários da Volvo em Curitiba prometem entrar em greve na manhã de hoje, caso a montadora de ônibus e caminhões não melhore sua proposta de reajuste salarial. Ontem, a empresa ofereceu aumento de 6,53% – que embute um ganho real de 2% – e abono de R$ 2 mil, ambos em outubro, mas os trabalhadores rejeitaram a proposta. Eles querem aumento real de 3% e abono de R$ 2 mil já em setembro, além de elevação do piso salarial para R$ 1,5 mil e aumento do vale-mercado de R$ 60 para R$ 120.

Outra reivindicação é a garantia de emprego até 31 de dezembro – a empresa teria a intenção de demitir entre 200 e 300 pessoas, segundo Nelson Silva de Souza, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). "Quando o governo reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), as montadoras se comprometeram a não demitir. O IPI começa a ser elevado agora em outubro, mas só volta ao normal depois de dezembro", argumenta o sindicalista.

Impasse

Trabalhadores e diretores de Renault/Nissan e Volkswagen voltaram a se encontrar ontem no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) – e, novamente, não chegaram a acordo. As duas montadoras de São José dos Pinhais ofereceram reajuste de 6,53% a partir de novembro, e abono de R$ 2 mil neste mês. Embora defenda que o reajuste seja pago já em setembro, o SMC colocará as propostas em votação em assembleias às 5 horas de hoje, nas portas das fábricas. Pela manhã, também haverá novas audiências entre sindicato e montadoras no TRT.

"Pelo menos no caso da Volks, acho que tem pouca chance de (a proposta da empresa) ser aprovada, porque é menor do que pedimos, e só começa a valer em novembro. Além disso, a empresa se recusa a discutir o pagamento dos dias parados e questões como o adicional noturno", diz Jamil Dávila, do SMC. "E todas as montadoras oferecem apenas 6,53%, mesmo índice que o Sinfavea (sindicato patronal) propôs em São Paulo. São realidades diferentes, mas elas já vêm com uma proposta engessada, sem abrir para negociação."

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