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Brasília - As mudanças no rendimento da caderneta de poupança que estão em estudo pelo governo não têm como objetivo proteger o pequeno poupador, ao contrário do que dá a entender o discurso oficial.

Hoje, 65% do dinheiro depositado nas cadernetas é obrigatoriamente emprestado para financiar habitação e saneamento. Já os recursos dos fundos são usados, por exemplo, para financiar a expansão de empresas e para empréstimos pessoais. Os fundos de investimento também são os principais compradores de títulos da dívida pública federal.

"Se as pessoas preferirem a poupança aos fundos, vai sobrar dinheiro para habitação", disse o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Por outro lado, explicou ele, a falta de investidores nos fundos poderá criar problemas para o financiamento do governo.

Para o ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o que mais preocupa é a perspectiva de falta de dinheiro para as outras linhas de crédito. "Os bancos podem ter dificuldades em dar empréstimos", disse.

Os dois economistas concordam, porém, que a remuneração das cadernetas de poupança precisa ser alterada. "Num momento em que o juro cai, não tem mais condição de manter um instrumento com rentabilidade permanente", diz Freitas.

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