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Marketing Campanha começa em março

A liquidez dos POPs nestes primeiros dias de negociação deve ganhar ritmo na primeira quinzena de março, quando está previsto o início da campanha publicitária para divulgar o produto. "Sendo popular, ele deve estar na cabeça daquelas pessoas com possibilidade de investimento", afirmou Joice Malavolta, diretora de Planejamento da agência Limonada, de São Paulo, durante a apresentação do POP à imprensa, no fim de janeiro. Num dos comerciais que o brasileiro verá em breve, um jogador de basquete está prestes a arremessar a bola ao cesto. Quando o cesto aparece, no entanto, nota-se que é enorme e bastante próximo do chão. "A idéia é que, no POP, não tem como errar", disse o diretor de Criação da agência, Zezé Brandão. (FL)

Uma semana após o lançamento do POP – Proteção do Investimento com Participação, pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a opinião entre analistas de mercado é de que o produto não decolou – e ainda deve demorar para deslanchar. Com a novidade, a Bovespa quer – como o próprio nome do produto indica – ser "pop", e conquistar aquele investidor que ainda associa a bolsa de valores a um cassino, um lugar onde tanto se pode ganhar como perder muito dinheiro. Por enquanto, isso está longe de ocorrer. Embora alguns papéis já tenham se valorizado, o que desanima é a baixa liquidez do papel. Do dia do lançamento (9 de fevereiro) até a última sexta, foram realizados apenas e tão somente 145 negócios, uma média de 24 por dia – pouco para uma entidade que, na quinta-feira, alcançou seu recorde com mais de 196 mil transações. O volume financeiro foi de R$ 4,326 milhões – também pequeno se comparado ao volume médio diário de R$ 2,4 bilhões que a Bovespa movimentou no ano passado.

"O produto é muito bom, a idéia é muito boa, mas ele está no começo e a liquidez está muito ruim", afirma Paolo Mason, diretor de atendimento do Win, o home broker da corretora Alpes. "Enquanto não houver uma ação de marketing ofensiva o POP não vai decolar", sugere Marco Antônio Lacombe, operador de mercado da corretora Planner em Curitiba. Sem que a população saiba o que a Bovespa está propondo com o novo produto, avalia Lacombe, dificilmente o público-alvo do POP vai se interessar por ele. "Até agora, quem me ligou perguntando sobre o POP era cliente antigo, gente que conhece o mercado de renda variável, e já está acostumado a investir. Não é quem a Bovespa está tentando atrair", conta o operador.

O POP é formado por ações com uma espécie de seguro para o investidor. Adquirindo o produto, ele se garante contra eventuais perdas, já que adquire a opção de "vender" as ações a um preço pré-estabelecido durante um certo período, mesmo que o preço do papel despenque. Por outro lado, se o ativo sofrer valorização, o investidor embolsa apenas uma parte dos ganhos, e abre mão de uma parte como espécie de "pagamento" pela proteção.

Para lançar o produto, a Bovespa escolheu as sete ações de maior liquidez no mercado, e há POPs com diferentes porcentuais de participação e diferentes vencimentos. Um POP da Petrobrás com participação de 80% (PETR80) e vencimento em seis meses significa basicamente duas coisas: a primeira é que a proteção vai durar seis meses. E ao final deste período, se o papel sofreu valorização, o investidor vai embolsar 80% desta valorização e abrir mão de 20%. Por outro lado, se houve queda, o investidor recebe por ação o valor pré-estabelecido, que estava protegido. Há ainda a opção de se desfazer dos papéis no meio do caminho, ou seja, a liquidez é diária. No entanto, após o vencimento, a proteção acaba – para continuar protegido, é preciso adquirir um novo POP.

O objetivo da Bovespa e da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), ao lançar o POP, é atrair para o mercado de capitais o pequeno investidor, normalmente avesso ao risco de perder aquele "dinheirinho" que pode ser mantido em um fundo de pouco rendimento. "A aversão ao risco é tanto maior quanto menor é o investidor. Ele tem um medo maior de perder os poucos recursos que tem", afirmou o diretor de controle da CBLC, Francisco Carlos Gomes, durante a apresentação do produto à imprensa, no final de janeiro.

Público-alvo

Os chamados investidores individuais têm sido alvo, nos últimos anos, de inúmeros esforços de popularização da Bovespa – e que parecem estar dando resultado. O número de pessoas físicas que aplicam na Bolsa saltou de 85,2 mil em 2002 para 219,6 mil no ano passado. "O volume de pessoa física hoje representa o volume de investidores da Bolsa toda há cinco anos", conta Mason, do home broker Win. Com isso, de lá para cá os investidores conseguiram manter cerca de 25% de participação nos negócios, mesmo com a entrada maciça de empresas e investimentos estrangeiros.

De acordo com os analistas, assim que o POP se tornar mais conhecido, ele deve trazer mais pessoas para a Bovespa, principalmente num cenário de queda de juros e conseqüente diminuição dos ganhos na renda fixa. "É muito interessante para quem está entrando no mercado, porque já entra no caminho certo, sem querer especular no curto prazo já que os papéis têm vencimento em 6 ou 12 meses. E o investidor vai estar entrando com proteção. Ele compra a ação e vai trabalhar tranqüilo, sabendo que, se houver perda, ela será muito pequena", completa Mason, do Win.

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