• Carregando...
Prédio será transformado em torre comercial no segundo semestre | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Prédio será transformado em torre comercial no segundo semestre| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Transformação

Local passa a ser centro comercial

O Shopping Estação informou, por nota da assessoria de imprensa, que o local que hoje abriga o Convention Center passará por uma reformulação no segundo semestre para abrigar um centro comercial.

A administração do shopping defende que, com o espaço ocupado por empresas, o local terá uma taxa de ocupação e um movimento maior do que o atual. "Além do maior número de pessoas, a vantagem de se ter um espaço corporativo no lugar do centro de eventos é que a ocupação será constante, pois, pela natureza do negócio de eventos, a ocupação era muito irregular. Em meses de pouco movimento ou com muitos dias de montagem, esta ocupação no centro de eventos chegava a menos de 1,5 mil pessoas", afirma o Shopping Estação, em nota.

O fluxo atual do Convention Center é de cerca de 31 mil pessoas por mês. Segundo o shopping, o número deve dobrar com o espaço para locação corporativa. "A abertura de um centro comercial beneficiará o município de Curitiba e o estado do Paraná com geração de renda extra, pela atração de empresas que desistiriam de se instalar ou expandir suas instalações em Curitiba pela falta de oferta de imóveis comerciais na cidade. Além disso, prevemos maior fluxo de pessoas no espaço, entre funcionários, executivos, fornecedores e parceiros das empresas instaladas na torre comercial."

O fechamento do Estação Convention Center preocupa o setor de turismo de negócios em Curitiba. Em média, o espaço estava recebendo 234 eventos ao ano. Entre a abertura, em 2004, e o fim do ano passado, os turistas que vieram especificamente para as feiras e convenções do Estação deixaram na cidade cerca de R$ 1,43 bilhão, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef). De acordo com a presidente da entidade, Margareth Pizzato, o município já está atrás de cidades como Belém, no Pará, e outras do interior de São Paulo no ranking de eventos corporativos do Brasil.

"O Estação Convention Center não está marcando novos eventos desde o ano passado. E o grande problema é que os espaços que existem hoje não substituem o Estação em hipótese alguma", afirma ela. Margareth também alerta para a perda de eventos relacionados à Copa do Mundo. São 180 feiras e convenções oficiais, ligadas à Fifa, que ocorrem paralelamente ao torneio, além de eventos extraoficiais. "O Estação é um dos centros de eventos mais bem estruturados e equipados do Brasil. E está numa área, no centro da cidade, que movimenta todo o setor de hotéis e restaurantes." O espaço tem 25 mil metros quadrados e capacidade para 5 mil pessoas simultaneamente. Nesse porte, Curitiba só tem outros dois locais que podem servir como substitutos. O Expo Unimed Curi­tiba, dentro do câmpus da Uni­versidade Positivo, no Campo Comprido, e o Expotrade, em Pinhais, na região metropolitana – ambos longe do Centro, o que encarece o custo de transporte dos participantes e organizadores de eventos.

Cobrança

O setor de turismo de negócios vinha cobrando do poder público alguma medida para tentar impedir o fechamento, mas o Shopping Estação, controlado pelo BRMalls, afirmou, em nota, que não há mais chance de o espaço continuar sendo usado para eventos. O local vinha sendo administrado, em regime de terceirização, pela empresa GL Events. A partir de julho, o prédio passará a servir como torre comercial.

A presidente do Instituto Mu­­nicipal de Turismo, Juliana Vos­nika, diz que as negociações com o shopping começaram há mais de um ano. Mesmo com uma proposta de isenção de impostos, segundo ela, a direção do shopping considerou que manter um espaço de eventos não valia a pena comercialmente. Segundo a prefeitura, novos empreendimentos devem amenizar o fechamento do Estação, entre eles o recém-inaugurado Espaço Torres, na Avenida das Torres, a ampliação do auditório da Cietep, também na mesma avenida, e a inauguração de um local para shows e convenções no ParkShop­pingBarigui.

Além disso, está em processo de análise o contrato de concessão do Parque Barigui, que visa à revitalização do pavilhão de eventos. Por enquanto, dois consórcios se inscreveram no processo licitatório – o Positivo/JMalucelli e o Mariqui. "O que nós temos tentado fazer é ligar o turismo corporativo com o de lazer. O objetivo é fazer alguém que vem para uma reunião de negócios ficar mais tempo. Para isso, a prefeitura está com uma ação para estabelecer um calendário cultural e esportivo bastante forte para a cidade", diz Juliana.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]