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A refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, está na lista das empresas que a Petrobras vai incorporar para reduzir seus custos. Cansada de esperar o aporte da PDVSA (Petroleos de Venezuela S.A.), que iria concretizar uma sociedade prometida pelo então presidente Lula ao presidente Chávez, em 2006, a estatal brasileira decidiu incluir a refinaria pernambucana entre as suas subsidiárias integrais que serão incorporadas, no âmbito do Procop (Programa de Otimização de Custos Operacionais), segundo fontes.

As primeiras serão o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e a SFE (Sociedade Fluminense de Energia), dona da termelétrica Eletrobolt, ambas no Rio de Janeiro. A incorporação será aprovada em assembleia extraordinária convocada para o próximo dia 30.

O objetivo é evitar despesas como ter que manter diretorias, conselhos de administração e fiscal próprios, obrigação de publicar balanços, contabilidade separada, entre outros custos. A fila de empresas a serem incorporadas pode aumentar ainda mais, segundo o representante dos empregados no Conselho de Administração da Petrobras, José Maria Rangel, também coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.

"Na minha opinião deveriam incorporar também a Transpetro (braço de tranposrte da empresa), que é 100% Petrobras", disse à Folha de S.Paulo. O assunto, no entanto, não foi levado ao Conselho, afirmou.Sobre a PDVSA, Rangel informou que a sociedade nunca conseguiu ser concluída porque a Venezuela sempre quis pagar a parte dela em petróleo, e a Petrobras nunca aceitou.

No início do acordo, a proposta era de que a Petrobras tivesse 40% de um campo na Venezuela e a PDVSA o mesmo percentual na refinaria Abreu e Lima, também conhecida como refinaria do Nordeste. As obras começaram em 2007 e deveriam ser concluídas em 2011.

Nesse meio tempo, a Petrobras descobriu o pré-sal e desistiu do projeto de explorar petróleo na Venezuela. O projeto previa exploração e produção de petróleo pesado no campo de Carabobo 1, na Faixa do Orinoco.Além do atraso de três anos para entrar em operação (o novo prazo é novembro de 2014), o preço da refinaria pulou dos US$ 2,3 bilhões iniciais para US$ 20,1 bilhões ao final do projeto, o que também teria desagradado a petroleira da Venezuela.

A Petrobras pegou um empréstimo de R$ 10 bilhões com o BNDES para o projeto, dos quais 40% teriam que ter garantias da PDVSA, o que nunca aconteceu. No banco, a informação é de que "continuam abertos para a negociação", mas, na prática, a PDVSA nem sequer chegou a iniciar conversas.A Petrobras não comenta a desistência da Venezuela.

Em novembro de 2011, a estatal brasileira deu prazo de 60 dias para a PDVSA concluir as negociações com o BNDES, entregando garantias referentes a 40% do empréstimo. Nada aconteceu e a Petrobras também nunca mais comentou o assunto, para não ferir as relações políticas entre o Brasil e o país vizinho.

O último aditivo do termo de compromisso entre as duas companhias perdeu a validade em 28 de fevereiro deste ano. Depois disso, em março, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a morte de Chávez havia atrapalhado a assinatura de um novo acordo, e que aguardava uma nova agenda com a Venezuela, o que até hoje não ocorreu.

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