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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 6,1 por cento em 2007, acima da taxa de 5,7 por cento divulgada anteriormente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou uma revisão nesta quarta-feira.

A alta do PIB em 2007 foi a maior desde 1986. "(Aquele) foi o ano do Plano Cruzado com aumento da renda e do consumo altos. Agora chegamos a um crescimento de 6,1 por cento mais real", comparou a economista do IBGE Rebeca Palis.

O setor de serviços foi o principal responsável pela revisão. Os dados preliminares do IBGE apontavam expansão do setor de 5,4 por cento e os dados definitivos revelaram um crescimento de 6,1 por cento.

"A maior influência sobre a diferença se dá pelo setor de serviços, que é o de maior peso", acrescentou a economista.

O setor de serviços ampliou sua participação no PIB de 65,8 para 66,6 por cento, ao passo que a indústria encolheu sua fatia de 28,8 para 27,8 por cento.

"Foi um ano de valorização de 10 por cento do real. Em anos de valorização você tende a importar mais e produzir menos", disse o gerente de contas nacionais do IBGE Cristiano Martins.

Em 2007, os serviços de informação, que englobam telecomunicação, informática e mídia, avançaram 7,4 por cento ante 1,6 por cento em 2006. A intermediação financeira praticamente dobrou o crescimento, ao passar de 8,4 por cento em 2006 para 15,1 por cento em 2007.

Apesar de reduzir sua fatia no PIB, a indústria também teve crescimento maior em 2007, de 5,3 por cento frente ao dado preliminar de 4,7 por cento.

Os destaques na indústria foram contrução civil, máquinas e equipamentos e construção naval. A produção de petróleo e gás avançou 1,5 por cento e a de minério de ferro teve alta de 11,1 por cento.

Investimentos e agropecuária

O investimento teve bom desempenho há dois anos, segundo o IBGE. A taxa de investimento sobre o PIB ficou em 17,4 por cento, maior patamar desde 1997. Mas o dado praticamente não se alterou entre a divulgação preliminar e a definitiva.

Segundo o IBGE, o crescimento da agropecuária em 2007 foi de 4,8 por cento, inferior aos 5,9 por cento divulgados anteriormente.

Essa redução foi puxada por resultados menos favoráveis de culturas como algodão e cana-de-açúcar.

O grau de abertura da economia brasileira caiu de 28,4 para 27,3 por cento do PIB, devido à redução dos preços internacionais somada à valorização do real.

Em 2007, o PIB somou 2,661 trilhões de reais, de acordo com o IBGE.

O novo dado consta do relatório Sistema de Contas Nacionais 2003-2007. O crescimento dos anos de 2003 a 2006 foi confirmado.

Em linha com o padrão estatístico mundial, o IBGE leva dois anos para concluir o PIB definitivo do país. As publicações finais sobre o PIB incluem pesquisas mais aprofundadas, como os levantamentos anuais de indústria, comércio, serviço, construção civil, Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) e balanços fianceiros das empresas.

As divulgações definitivas englobam ainda dados do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), mas excepcionalmente em 2007 esses dados não foram computados no cálculo do PIB devido a problemas no repasse de informações da Receita Federal ao IBGE.

"A divulgação definitiva tem 55 atividades contra só 12 da preliminar. Temos um conjunto de informações mais detalhadas. Você perde no prazo, mas ganha em quantidade e qualidade", afirmou o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto.

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