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Cenário

Serviços cedem e aliviam pressão sobre inflação

Acomodação de valores de parte da cesta de serviços baixa nível de reajuste para a metade do índice dos últimos meses

O transporte escolar está na lista dos serviços que tiveram as maiores quedas nos últimos 12 meses | Priscila Forone/GazetadoPovo/Arquivo
O transporte escolar está na lista dos serviços que tiveram as maiores quedas nos últimos 12 meses (Foto: Priscila Forone/GazetadoPovo/Arquivo)

Um das grandes fontes de pressão sobre a inflação, os serviços começam finalmente a dar sinais de trégua. Depois de quatro anos seguidos de aceleração, e momentos em que os preços de alimentação fora de casa, consultas médicas e entretenimento estiveram completamente descolados do ritmo da economia – como em 2011, quando o PBI cresceu 1%, e os preços dos serviços, quase 9% – agora eles mostram os primeiros efeitos da desaceleração da renda, da retração do consumo e do PIB quase estagnado. Neste ano, os preços de serviços ficarão em 8%, pela estimativa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Para o ano que vem, a aposta de é que o movimento continuará, com a alta dos serviços ficando em 7,5%, ou até menos.

INFOGRÁFICO: Veja a evolução da inflação de alguns itens que compõem o IPCA

Nos últimos 12 meses, os serviços subiram 8,28%. Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), até novembro, estava em 6,56%. Levantamento do Ibre mostra que não só a inflação dos serviços perdeu fôlego, na média, como também encolheu a parcela desses itens cujos preços subiram mais de 9%. Em meados do ano passado, ápice da alta nos preços de serviços, 70% subiam em ritmo superior ao teto da meta. Agora, 60% estão acima da meta, o menor porcentual desde setembro de 2012.

A sessão de fisioterapia foi um dos serviços que agora sobem menos: chegaram a avançar mais de 12% no início deste ano, no acumulado em 12 meses. Agora sobem 4%.    Limpeza e lubrificação de carro, que, no final de 2013, subia 12%, agora viu essa alta cair à metade.

"Mostra que o ajuste na inflação já começou. Esse processo veio para ficar e é necessário para trazer a inflação mais perto de 4,5% em 2017", afirma Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro do Ibre.

Segundo Silvia, a Copa do Mundo mascarou a desaceleração dos serviços jogando para cima preços de passagens aéreas e de diárias de hotel, na época do Mundial. De agosto para cá, esse movimento ficou mais evidente. "Essa fraqueza econômica está se traduzindo no mercado de trabalho, no setor de serviços e no consumo das famílias, que há três trimestres vem muito fraco", afirma.

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