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Os doces brasileiros agradam ao paladar dos estrangeiros, mas os compradores internacionais reclamam da demora na entrega e do preço do frete. Essas foram as principais questões discutidas ontem no primeiro dia de uma rodada de negócios entre 20 compradores de todos os continentes e empresas do Brasil, a maior parte pequenas e médias. Os importadores vieram a convite da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicad), que realiza sua feira anual, a Sweet Brazil, até sexta-feira, no ExpoTrade, em Pinhais.

O custo-Brasil foi o tema do discurso do vice-presidente José Alencar durante a abertura da feira da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), que compreende a Sweet Brazil. Ele falou sobre as estradas ruins, que encarecem o transporte, e os altos impostos. Também contou que, no início de sua carreira de empresário, foi distribuidor de cereais e tecidos. "Ingressei na política para ver se ajudo nessas questões", disse.

Apesar das dificuldades, as rodadas com compradores já surtiram efeito. Carlos Zibara Moll, da distribuidora guatemalteca Multimed, se encantou com o produto "Tubetes" da curitibana Barion e já encomendou um contêiner deste e de outros produtos da fábrica, um contrato que deve chegar a US$ 30 mil. "Temos 40% da população de 12 milhões de pessoas com menos de 30 anos, e eles gostam muito de doces", diz. O diretor de exportação da fabricante brasileira, Rommel Barion, só espera que a Multimed não desista até a empresa registrar seus produtos na Guatemala. "Leva até três meses", conta.

A maior demanda vem de países com poucas indústrias. Americo Dafonso, enviado pela empresa Americo Neto, de São Tomé e Príncipe, na costa ocidental da África, diz que não existem balas em seu país e prevê um grande faturamento vendendo doces brasileiros na África Central. "Os únicos problemas para importar são que o frete que custa até US$ 5 mil e demora para os produtos chegarem", observa.

Outra dificuldade encontrada por importadores mais relutantes é a ausência de distribuidores dos produtos brasileiros no mundo. Esse é o motivo de Natalia Erakova, representante do supermercado VP Market, da Estônia, não saber se sairá da feira com contratos fechados. "Conversei com algumas empresas que têm parceiros na Europa, mas a maioria não tem", ela diz. O interesse do Leste Europeu é em doces de chocolate com geléia, nozes e caramelos.

Thomas Reilli, enviado pela American Foods, dos EUA, também tem dúvidas se comprará doces brasileiros. Segundo ele, o que falta na oferta ao público norte-americano são pirulitos e balas não-mastigáveis. "Mas não fazemos apenas compras, trocamos muitas idéias. As empresas brasileiras estão aprendendo a se colocar no mercado", diz.

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