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O cenário do setor automotivo, que conta com alto nível de estoques e recuo na produção, deve afetar as vendas de seguros. A Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) já estima recuo no ritmo de crescimento na arrecadação de prêmios para o ramo de automóveis este ano. Se em 2008 o mercado cresceu em torno de 11% a 12%, de acordo com estimativas da Fenaseg, em 2009 esse nível pode cair pela metade e ficar em torno de 5% a 7%.

"Mas é uma projeção conservadora", explicou o diretor da federação, Neival Rodrigues. Ele comentou que essa estimativa toma como base dois fatores. Além do próprio ambiente de crise, que pode conduzir a um movimento de desaceleração na economia brasileira, é preciso contar com o provável recuo nas vendas de novos veículos este ano, já detectado por institutos de pesquisa.

Neste mês, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou no âmbito do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de janeiro queda de 3,44% nos preços dos automóveis novos. Essa taxa negativa não foi influenciada apenas pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis em dezembro de 2008, mas também pela menor procura por vendas. A indústria já tinha percebido esse movimento, e reduziu o ritmo de sua atividade.

A Sul America demonstra otimismo com o desempenho de vendas para este ano. O vice-presidente da área de automóveis, Carlos Alberto Trindade, afirmou esperar, para o mercado, um crescimento de 10% a 12% nas vendas do ramo para 2009. Ele admitiu que um recuo na comercialização de automóveis novos influencia vendas de seguros para o setor, mas considerou que veículos novos representam apenas 10% do total das vendas. "A renovação do seguro é preponderante na arrecadação de prêmios", disse.

O diretor do ramo de automóveis da Porto Seguro, Marcelo Sebastião, comentou que a empresa tem acompanhado de perto as evoluções do setor automotivo, e debatido possíveis efeitos para o ramo segurador. "O mercado está bastante instável. Mas nós entendemos que, em ambiente de crise, as pessoas procuram proteger seus bens", disse, comentando que o patamar de renovações de seguros pode manter o mercado aquecido, concordando com a avaliação do executivo da Sul America.

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