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Com um crescimento de 26% em 2012, Maringá reafirma a própria vocação econômica no setor de Tecnologia da Informação (TI). O dado foi divulgado nesta semana pelo Arranjo Produtivo Local de Software de Maringá e Região (APL) e pelo Sindicato de Tecnologia da Informação de Maringá (Sind-TI).

O índice é maior do que o registrado em 2011 em Maringá, de 23%. Neste ano, a taxa já era mais do que o dobro do que a constatada em todo o Paraná - segundo levantamento do Sebrae, em 2010 e em 2011 o índice de crescimento médio no estado era de 11,9%. Para o coordenador do APL, Ademir Faria, os resultados positivos são fruto da articulação entre empresas do setor com entidades de classe, as instituições de ensino superior e o poder público.

Com três fóruns de discussão e um em fase de implantação, que realizam encontros periodicamente, o diálogo é o grande diferencial do setor. "Essa base de relacionamento que busca solucionar os problemas em conjunto é o que faz o setor se destacar em Maringá. Baseados nessa ideia de cooperação mútua, consegue-se dar velocidade à solução dos problemas e encontrar inovações ainda não identificadas", explica Faria.

Das ações desenvolvidas a médio e a longo prazo para tornar as empresas mais competitivas, o setor aposta na melhoria de qualidade dos processos de desenvolvimento de softwares e de suporte aos clientes por meio das certificações de alto nível. Segundo o gerente regional do Sebrae no Noroeste do estado, Luiz Carlos da Silva, das 11 empresas no Brasil que conseguiram a certificação internacional Capability Maturity Model Integration (CMMI) em 2012, cinco são de Maringá.

Segundo censo realizado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro) no ano passado, apenas 6,7% das empresas nacionais possuíam certificação CMMI de nível 2 ou 3. Em Maringá, das cerca de 120 empresas do setor, dez possuirão a certificação internacional até o final de 2013 e pelo menos mais quatro devem concluir a implementação do certificado até 2014.

Quanto à certificação nacional, a Melhoria de Processos do Software Brasileiro (MPS.BR), seis empresas maringaenses já foram certificadas e mais seis devem concluir o processo em 2014.

Case de sucesso

Nasceu em Maringá uma iniciativa pioneira no Brasil que se tornou case de sucesso e deverá ser replicado em outras cidades. "A criação do Projeto Indicadores de Gestão foi uma iniciativa da APL Maringá que possibilitou a realização de comparação dos resultados entre as empresas. São 19 indicadores que visam à avaliação do desempenho das empresas e potencialização da competitividade entre elas", expôs a consultora do Sebrae Érica Cristina Sanches. Até outubro, o projeto será implementado em todas as APLs do estado.

Receita para o crescimento

A DB1, criada em 2000, foi a primeira empresa maringaense a possuir a certificação internacional.Começou com três sócios e 13 anos depois conta com mais de 150 colaboradores em Maringá e em mais duas filiais, uma em Presidente Prudente e outra na Índia.

Um dos sócios criadores e também presidente do Sind-TI, Ilson Resende, revelou que a receita do sucesso é a ousadia para sonhar grande, o foco nos resultados e uma equipe de profissionais comprometidos.

"Nosso primeiro sonho era ser grande em Maringá, depois no estado, e agora já somos referência no país. Percebemos que podemos ir mais longe e expandir nossas fronteiras para o mundo", afirmou.

Desafios para o futuro

Apesar de o setor oferecer salários atrativos e com aumento médio de 30% ao ano, o déficit de mão de obra qualificada é um dilema do setor. Segundo os especialistas, os cursos de graduação e até mesmo os técnicos não formam na mesma velocidade que o crescimento da demanda de contratação das empresas.

"Vivemos um momento de ausência de profissionais qualificados. Os cursos começam com as salas cheias e terminam com apenas 30% daqueles que começaram", explicou o presidente do Sind-TI.

Como saída para estimular a formação de novos profissionais, o setor deve investir na parceria com as escolas. "Estamos viabilizando uma parceria junto ao Núcleo de Educação para estimular os alunos do ensino fundamental e médio para direcionar a formação de novos profissionais desde a educação básica", disse Faria, coordenador do APL.

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