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Acompanhe a  alta do crédito disponibilizado pelos bancos através do gráfico |
Acompanhe a alta do crédito disponibilizado pelos bancos através do gráfico| Foto:

O Banco Central elevou as estimativas para o crescimento do crédito em 2010 e aposta agora em uma expansão maior dos bancos públicos, assim como aconteceu em 2009. Até junho, o BC mantinha a projeção de uma expansão mais forte no setor privado, mas os resultados verificados desde então levaram a instituição a rever suas previsões.

Nesse período, destacaram-se novamente os empréstimos do BNDES, além de duas operações, do Banco do Brasil e da Caixa, para a Petrobras.

A previsão de crescimento do crédito caiu de 24% para 22% nos bancos privados e subiu de 20% para 24% nos públicos nacionais. Apesar da revisão, a diferença é menor do que em 2009, quando as instituições estatais assumiram a liderança no mercado de crédito.

A quantidade de crédito na economia atingiu o recorde de R$ 1,58 trilhão em agosto (veja quadro nesta página). Em 12 meses, o crescimento é de 19,2%. A expectativa do BC é que o crédito passe dos atuais 46,2% para 48% do PIB até o fim do ano.

Para os próximos meses, a expectativa do BC é de queda na inadimplência e nos juros para pessoas físicas. Em agosto, o juro médio pago pelo consumidor chegou ao menor valor da série iniciada pelo BC em julho de 1994 (39,9% ao ano).

Análise

O avanço do crédito reforça a avaliação de que o nível de atividade continuará forte até o fim do ano. "Com a boa expansão da economia, marcada por alta da renda das famílias e a redução do desemprego, a tendência é de a concessão de crédito continuar sua rota ascendente até o final do ano", afirmou a economista da consultoria LCA Mirela Scarabel.

Essa alta, porém, deve pressionar a inflação e levar o Banco Central a retomar a alta de juros no primeiro trimestre de 2011, segundo avaliação do economista da Tendências Consultoria Alexandre Andrade. Para ele, como a economia deve avançar bem no próximo ano, com um declínio da taxa de desemprego médio para 6,3% e alta de 5,3% da massa real de salários, a participação do crédito no PIB deve subir para pelo menos 50% em 2011. "E essa expansão para 50% do PIB leva em consideração que os juros vão aumentar a partir de março", disse. Segundo Andrade, o aperto monetário deve ser composto de quatro altas seguidas, de 0,50 ponto porcentual cada, da taxa Selic.

O economista também comentou a alta da inadimplência das empresas em agosto, de 3,6%, acima da média histórica de 2,7%. Segundo ele, esse é um dos principais fatores que podem explicar a alta dos juros cobrados pelos bancos às companhias no mês passado. Em agosto, a taxa média atingiu 28,9%, superando os 28,7% apurados em julho.

Confiança

A expansão do crédito anunciada ontem coincidiu com um recorde no Índice de Confiança do Consumidor (ICC). O número atingiu em setembro o maior nível da série histórica, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) desde setembro de 2005. O ICC subiu 0,7% neste mês em relação a agosto. Com o resultado, o desempenho do indicador – que é calculado com base em uma escala de pontuação entre 0 e 200 pontos (sendo que, quando mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor) – passou de 120,8 pontos para 121,7 pontos.

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