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Carne e leite orgânicos são dois dos produtos mais difíceis de se encontrar nas gôndolas dos supermercados. Para estimular essa produção, o governo do estado promoveu de 1 a 3 de dezembro o Paraná Orgânico, no Parque Newton Freire Maia. "Queremos fomentar a produção, para que haja escala e o preço caia", diz o diretor do Centro Paranaense de Agroecologia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Aírton Brisolla. Para 2007, o centro planeja ganhar escala na criação de gado alimentado com ração orgânica e praticamente nenhum remédio alopático, com 150 cabeças – o que permitirá a produção de 380 litros de leite orgânico por dia. Já são abatidos todo mês 200 frangos – a carne e mais de 800 dúzias de ovos mensais são vendidos com o rótulo de orgânico.

Um dos supermercadistas pioneiros na oferta desse tipo de carne foi o Carrefour, que tem fazenda própria no Mato Grosso. Mesmo assim, o produto fica entre 10% e 15% mais caro. "Pretendemos aumentar a oferta do produto com produtores locais", diz o diretor da rede, Arnaldo Eijsink. Este mês, a guinada orgânica alcançou outras marcas próprias da rede, com o lançamento da linha Viver. São 80 produtos, entre orgânicos, light, diet, funcionais e à base de soja – todos mais baratos do que as marcas líderes de mercado.

Nas feiras livres, o preço das hortaliças orgânicas é cerca de 30% mais alto do que o das convencionais. "Mas em supermercados ele chega a dobrar", avalia o coordenador estadual da Emater, Iniberto Hamerschmidt.

Outra dificuldade, em algumas bandeiras, é encontrar os orgânicos, como mostrou a pesquisa da Secretaria Municipal de Abastecimento: 41% dos entrevistados identifica o produto orgânico pela embalagem. Ou seja, não há uma seção específica para eles.

Essa é uma deficiência que o Super Muffato começou a sanar este ano, com um projeto experimental em duas lojas de Londrina, que ganharam gôndolas especiais. O diretor, Everton Muffato, explica que os produtos são mais caros porque os produtores não têm escala. "Mas tanto eles quanto nós retiramos parte da margem de lucro para estimular o consumo."

Nas lojas do Pão de Açúcar os 80 produtos livres de agrotóxicos estão espalhados pela loja, mas as frutas e legumes ficam em freezer específico, e produtos especiais como o café Do Ponto e a salsicha Éder são indicados por plaquetas.

Os orgânicos entraram na estratégia da americana Wal-Mart para 2007, que pretende ampliar a oferta de 150 para 600 itens, entre frutas, verduras, produtos de mercearia, carnes e frangos. Nas lojas Big e Mercadorama há opções de sucos, óleos e até vinhos orgânicos, e as recém-reformadas lojas da rua Comendador Araújo e de Santa Felicidade ganharam áreas exclusivas para eles.

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