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Analisada por seus resultados até agora, a decisão tomada pela Renault para investir mais de US$ 1 bilhão no mercado brasileiro foi um grande erro. É preciso lembrar, porém, que ela não veio sozinha – todos os grandes concorrentes mundiais da empresa aportaram dinheiro em linhas de produção no Brasil para abocanhar um pedaço do que parecia um dos três mercados com maior potencial no mundo – ao lado da China e do Leste Europeu.

O cenário da época era o seguinte: as vendas de automóveis saltaram da faixa de 600 mil unidades, em 1992, para 1,1 milhão, em 1994. No ano seguinte, o mercado chegou a 1,4 milhão e continuou crescendo até o pico de 1997, com 1,57 milhão de veículos nacionais comercializados. A pedra fundamental do complexo industrial Ayrton Senna, a fábrica da Renault em São José dos Pinhais, foi lançada em 1996.

A surpresa para o setor foi que o mercado brasileiro despencou após duas crises financeiras internacionais em 1997 e 1998 (ano da inauguração da fábrica da montadora francesa), voltando em 1999 para o patamar de 1 milhão de automóveis vendidos. A partir de 2001, a concorrência ficou mais dura, com as quatro grandes do mercado brasileiro lutando para guardar parcelas preciosas nas vendas e uma disputa feroz entre as novatas.

A redenção para o setor só começou em 2003, ano de vendas ruins no mercado interno (1,1 milhão de unidades), mas com ampliação nas exportações. Enquanto a concorrência anunciava novidades – como o Fox da Volkswagen, o novo Fiesta da Ford e o novo Corsa da GM – a Renault decidiu esperar mais um pouco. E perdeu a chance de crescer em 2005, quando as vendas internas de carros nacionais chegaram a 1,7 milhão de unidades.

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