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Independentes - Microempresas têm sistema próprio

O crédito cooperativo no estado vai além do Sicredi. Existem outros quatro sistemas com posicionamentos diferentes, como o Sicoob, que atua na área do comércio e atende micro, pequenos e médios empresários. Armando Hammerschmitt, gerente de desenvolvimento do Sicoob Paraná, diz que a meta é fechar 2007 próximo de R$ 350 milhões em recursos administrados. O acumulado de setembro chegou a R$ 330 milhões. Há cinco anos no estado, o Sicoob tem 43 mil associados, está presente em 30 municípios e possui 44 unidades de atendimento, em 19 cooperativas.

Algumas cooperativas agropecuárias também mantém suas próprias estruturas de crédito, como Coamo (Campo Mourão), Corol (Rolândia), Coopavel (Cascavel) e Cofercatu (Porecatu). No ano passado, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), elas emprestaram aos seus cooperados, exclusivamente produtores rurais, R$ 225 milhões.

Crédito social

Direcionado à agricultura familiar, existe o Cresol. A característica mais forte desse sistema é o repasse de recursos. Este ano já foram R$ 116 milhões para investimento e R$ 90 milhões para custeio. Segundo Luiz Panser, diretor secretário da cooperativa, os recursos administrados chegam a R$ 130 milhões.

O Paraná tem ainda o Unicred, que congrega profissionais de áreas diversas, como médicos, biólogos, veterinários, nutricionistas, assistentes sociais, etc. (GF)

Em 73 municípios do Paraná, o Sicredi é a única instituição financeira com identidade própria e atendimento personalizado. As informações, apuradas pelo próprio sistema, não consideram os pontos do Banco Postal e do Caixa Aqui. Nessas localidades a cooperativa atende de produtores rurais a comerciantes e população em geral, como é o caso de Nova América da Colina e Pintagueiras, distantes 60 quilômetros de Londrina (Norte do Paraná). Nos dois casos, a ausência da rede bancária transformou o Sicredi no único agente financeiro local.

A capilaridade do sistema, no entanto, que chega aonde os bancos não conseguem chegar, ainda não seduziu o governo federal. Por uma determinação legal, as prefeituras são obrigadas a ter sua movimentação financeira em bancos oficiais. No Paraná, seguindo orientação do governo estadual, o direcionamento é ainda mais específico, para o Banco do Brasil. O problema é quando não existe Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal, como em Nova América e Pitangueiras. Nesses casos, onde a prefeitura é o maior empregador, os prefeitos tiveram de encontrar soluções caseiras para contornar a situação.

Nova América da Colina

Em Nova América, até o mês passado, os 200 funcionários da prefeitura recebiam com cheque do Bradesco. A cidade tem um Banco Postal, mas para descontar o cheque era preciso ir até Assaí (num percurso de 35 quilômetros, ida e volta). O prefeito Alceste Iwanaga de Santana admite que seria interessante movimentar a conta da prefeitura no Sicredi. Mas, apesar da disposição, ele fechou um acordo com o Banco do Brasil, onde os trabalhadores terão uma conta salário na agência de Cornélio Procópio. Menos mal que eles poderão sacar seus proventos num caixa eletrônico instalado na cidade. Solange Mariano da Silva Santos, que trabalha na prefeitura desde 2005, acredita que a mudança deve ser para melhor, embora ainda não seja a ideal. Pelo IBGE, Assaí tem 3,5 mil habitantes – mas o prefeito afirma serem mais de 4 mil. O município tem orçamento anual de R$ 5 milhões e a folha de pagamento é de R$ 150 mil.

Pitangueiras

Em Pintagueiras, a 120 quilômetros de Nova América, a realidade é praticamente a mesma, mas o prefeito Arquimedes Ziroldo foi mais criativo. O município continua com a movimentação financeira na agência de Astorga do Banco do Brasil, mas a maioria dos 130 funcionários tem conta e recebe pela cooperativa. No fim de cada mês, a prefeitura emite um cheque do BB e deposita no Sicredi, que se encarrega de fazer a compensação para as contas dos servidores. Ziroldo garante que está agindo na legalidade, uma vez que ainda mantém o dinheiro da prefeitura no banco oficial. Dos R$ 140 mil da folha de pagamento de Pitangueiras, R$ 90 mil vão parar no Sicredi.

Paulo Sérgio Gonçalves, secretário da prefeitura, diz que "o acordo com o Sicredi facilitou a vida das pessoas e evitou despesas extras com o deslocamento para Astorga (32 quilômetros de ida e volta)". Ele conta que precisava ir até duas vezes por mês para serviços bancários na cidade vizinha. "Tem gente que ia mais, ou então tinha que guardar o dinheiro embaixo do colchão."

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