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A direção do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis) comemorou o alcance das prisões de ontem. "Na última operação não conseguiram enquadrar toda a malha criminosa", disse o presidente do sindicato representante dos proprietários de postos, Roberto Fregonese, que afirma ter solicitado à polícia as investigações que resultaram nas três operações "Medusa".

Ele explicou que a distribuidora OilPetro comprava álcool sem indicação da origem e "esquentava" o produto com notas fiscais falsas. Na gráfica em que houve busca e apreensão foram encontrados blocos com até quatro notas de mesma numeração.

Nos postos, a quadrilha usava softwares que anulam o efeito do lacre eletrônico que a Secretaria de Estado da Fazenda exige dos revendedores. Usando um laptop, é possível fazer a contagem da bomba retroceder, de forma a não revelar o real volume de combustível vendido e sonegar impostos.

Fregonese lamentou a ausência na operação dos fiscais da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que poderiam levantar dosagens irregulares de mistura nos combustíveis.

As outras duas operações que desbarataram quadrilhas do ramo de combustíveis este ano também envolveram empresas da região norte do estado. Na primeira, em março, foram presas 15 pessoas, que respondem a inquéritos em liberdade. A pena a que estão sujeitas chega a 11 anos de prisão. Entre os acusados estão os proprietários da distribuidora paranaense Ciax, de Umuarama, e as catarinenses MR Transportes, DCP e AGN Armazéns.

Na segunda operação, em maio, foram presos quatro acusados de vender notas fiscais frias para distribuidoras e usinas de álcool. A sede da organização seria a empresa Sercom, de Londrina, com filiais em Araucária e Florianópolis. Só ela teria sonegado R$ 15 milhões em impostos.

Segundo Fregonese, as três operações somadas representam apenas 40% das irregularidades do mercado de combustíveis do estado. Ele não descarta que as próximas operações possam chegar até as usinas que vendem o álcool sem nota fiscal e imagina que as próximas investidas da polícia alcancem as regiões oeste e sudoeste do estado.

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