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São Paulo e Berlim – Seis dirigentes sindicais da Volkswagen do Brasil participam a partir de hoje, em Wolfsburg, na Alemanha, da reunião do Comitê Mundial de Trabalhadores da empresa, que vai até sexta-feira. O encontro ocorre todos os anos, para discutir as relações de trabalho, mas o plano de reestruturação anunciado pela montadora na semana passada deve transformar a reunião em uma discussão sobre como evitar demissões nas unidades do grupo em todo o mundo.

Na Europa estão previstos 20 mil cortes. No Brasil, segundo os sindicatos, quase 6 mil trabalhadores devem perder o emprego. A fábrica de São José dos Pinhais, a mais moderna do país, deve mandar embora 1.420 de seus 4,2 mil funcionários até 2008 – 946 devem ser demitidos ainda em 2006. Evitar esses cortes é a esperança dos dois representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do Paraná que participam da reunião na Alemanha.

Os trabalhadores alemães têm alguns pontos a seu favor, como acordos de estabilidade que se estendem até 2011. A situação brasileira é mais delicada: por aqui, o acordo vence já em 20 de novembro e não será renovado, segundo a empresa. Além disso, é válido somente para a fábrica de São Bernardo, no ABC paulista, o que indica que as demissões podem começar pela unidade paranaense da montadora.

A matriz da Volks em Wolfsburg não divulga dados sobre a reestruturação e os possíveis cortes na empresa. Na reunião do Conselho Administrativo, na quarta-feira – mesmo dia em que os cortes foram anunciados no Brasil –, o presidente mundial da Volks, Bernd Pischetsrieder, mencionou que e empresa precisa se preparar para a forte competição do setor.

O executivo disse que a produção nas fábricas do oeste da Alemanha é mais cara do que a média geral da marca. O mesmo argumento é usado pela direção da montadora no Brasil, que alega que os custos da unidade no ABC paulista são superiores aos das outras fábricas do grupo e também da concorrência. A direção mundial teria sugerido à subsidiária brasileira o fechamento de uma de suas cinco fábricas, mas, segundo o presidente da Volks do Brasil, Hans-Christian Maergner, o plano de reestruturação servirá justamente para tentar evitar essa medida.

Na semana seguinte, entre 14 e 19 de maio, representantes dos sindicatos dos metalúrgicos discutem a mesma crise no México, no encontro dos dirigentes sindicais que trabalham em fábricas da Volkswagen. Além das demissões, a empresa anunciou que terá de reduzir a produção e diminuir em 40% as exportações.

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