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Florian Otto, CEO do Groupon no Brasil: consumidor poderá fazer suas compras por meio do iPhone | Divulgação
Florian Otto, CEO do Groupon no Brasil: consumidor poderá fazer suas compras por meio do iPhone| Foto: Divulgação

A corrida dos sites de compra coletiva para conquistar os consumidores está entrando em uma nova fase. Após o início desse modelo de negócio no Brasil, há menos de um ano, e a multiplicação de empresas na área – são mais de 1 mil –, os sites começam a definir nichos e ir além da "oferta do dia". O Groupon, que em dez meses no país já conta com 650 funcionários e está presente em 35 cidades, deve começar a apresentar algumas inovações nas próximas semanas. Com 8,5 milhões de contas de e-mail cadastradas em seu sistema, o site é o maior do segmento no país, segundo o portal especializado Bolsa de Oferta.

O Groupon aposta em ofertas cruzadas com outros países em que está presente, especialmente da América Latina, segmentação de promoções de acordo com o perfil do usuário e aplicativos para iPhone e smartphones que rodam Android, sistema operacional do Google. No futuro, também quer integrar funcionalidades de geolocalização às ofertas.

O Peixe Urbano, pioneiro no Brasil e segundo maior no ranking, também começa a testar novidades. Lançou em Curitiba, neste mês, a Rede Peixe Urbano, sistema que dá descontos permanentes aos proprietários de um cartão do site – o cartão é grátis, mas os descontos são menores (de até 15%) do que as ofertas do dia (que vão de 50% a 90%). "Após esse período de consolidação do site, agora que já estamos presentes em várias cidades, começamos a buscar outras formar de levar ofertas aos usuários. O serviço de geolocalização é um caminho possível. Ofertas que valham mais de 24 horas, por exemplo, são outra opção", diz o curitibano Emerson Andrade, um dos sócios do Peixe Urbano.

As vendas dos sites de compra coletiva se sustentam num tripé: estética, gastronomia e turismo/lazer. São as três áreas em que o público mais compra. O recorde de vendas em Curitiba do Groupon, por exemplo, foi uma oferta do Homem Pizza, de R$ 18,30 por R$ 9. Foram 7.617 cupons vendidos. No Peixe Urbano, a oferta citada por Andrade como a que mais rendeu para a empresa foi o passeio de trem da Serra Verde Express para o litoral – foram vendidos 1.463 cupons por R$ 45.

"Agora o usuário vai poder fazer a compra pelo iPhone", diz Florian Otto, CEO do Groupon no Brasil. "Além disso, estamos começando um sistema de 'targetting' do consumidor. Mulheres até os 30 anos que moram em um bairro X, por exemplo, vão receber ofertas de lojas de estética daquela região. Homens, por outro lado, receberão mais ofertas de balanceamento de carro ou de algum esporte radical", diz.

Obstáculos

No início do ano, o Google fez uma oferta de US$ 6 bilhões para a compra do Groupon, que acabou recusada. A notícia foi muito comentada no mercado: afinal, as compras coletivas estão com essa bola toda?

Enquanto alguns acreditam que o modelo vai transformar a maneira como os consumidores fazem compras, outros ainda veem muitos obstáculos à frente das empresas da área. Do lado do lojista que fecha a parceria com os sites, por exemplo, há dúvidas se o lucro proporcionado pela oferta realmente vale a pena. As queixas são especialmente de duas naturezas. Uma é a taxa de uso dos cupons. Quan­­do a compra é de um valor baixo, a taxa de uso do cupom também costuma ser baixa – nesse caso, os lojistas só ganham quando a oferta é utilizada. O Groupon, porém, já está reembolsando os parceiros.

Outro obstáculo para o sucesso do modelo no longo prazo é a taxa de retorno dos usuários dos coupons. Em muitos casos, os estabelecimentos que fazem a oferta relatam que, após o uso do cupom, os usuários do site não retornam ao local. "Nossa maior preocupação hoje é com a equipe de vendas", revela Otto. "Se vamos ter um crescimento sustentável, ele terá que passar necessariamente por um bom relacionamento com nossos parceiros." Segundo ele, o Groupon tem se dedicado a assessorar os estabelecimentos para conseguir uma taxa de retorno maior dos usuários. Os negócios são todos fechados por uma equipe que visita os estabelecimentos. "É uma espécie de venda consultiva. Procuramos entender bem nosso cliente para mostrar o que ele pode oferecer. Por exemplo, no caso de um negócio de um desconto com uma pizzaria, sugerimos que ele desse uma taça de vinho como brinde surpresa para quem comprou o cupom. É o tipo de tática para trazer o consumidor outras vezes."

Com 50% do valor da oferta nas mãos do site que comercializa o cupom, os estabelecimentos precisam vender mais do que apenas o valor da oferta para ter lucro. No caso de um hambúrger, por exemplo, que normalmente custa R$ 15 mas está sendo ofertando por R$ 7, a loja fica só com R$ 3,50 disso. Em alguns casos, o valor não cobre nem o custo do estabelecimento.

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