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As empresas européias que administram jogos de azar on-line e foram excluídas do mercado norte-americano querem que a União Européia exija até US$ 100 bilhões em indenizações, na esperança de que isso pressione Washington a reverter sua proibição.

A pequena ilha caribenha de Antigua -- que construiu um forte setor de jogos de azar on-line antes da proibição norte-americana -- desafiou com sucesso as restrições dos Estados Unidos às apostas via internet. O país recorreu à Organização Mundial do Comércio e os norte-americanos foram derrotados em sua apelação, neste ano.

Agora, Antigua, União Européia e outras nações estão tentando negociar acordos de indenização com Washington. Os Estados Unidos estão oferecendo concessões em outras áreas comerciais para compensar as restrições aos jogos de azar on-line.

Advogados de empresas européias de sites de apostas -- que estão entre as maiores do mundo -- disseram que a União Européia deveria pressionar por indenização de até US$ 100 bilhões, dada a queda no valor de mercado das ações dessas empresas quando Washington fechou as portas do maior mercado mundo, no ano passado. O cálculo leva em conta o valor dos negócios perdidos desde a proibição.

A decisão norte-americana reduziu em US$ 7 bilhões o valor de mercado do setor, que inclui empresas como PartyGaming, Bwin, Sporting Bet e 888.com. "Uma importante questão será determinar com que vigor a União Européia pressionará os EUA por todas as concessões que pode obter", disse Craig Pouncey, um advogado especialista em comércio internacional do escritório Herbert Smith.

Indenizações

Antigua deseja uma indenização de US$ 3,4 bilhões, montante que os norte-americanos alegam ser exageradamente alto. Os europeus poderiam facilmente exigir de 20 a 30 vezes esse valor, dadas as dimensões do setor de jogos de azar on-line em seus países, disse Raul Herrera, do escritório de advocacia Arnold & Porter.

Um representante do setor europeu de jogos de azar on-line disse que Washington deveria reabrir seu mercado às empresas européias. "Eles criaram uma confusão terrível e existe uma saída fácil", disse Clive Hawkswood, presidente da Remote Gambling Association, em entrevista coletiva em Bruxelas. Ele comentou que os Estados Unidos poderiam impor regulamentação para as preocupações de Washington sobre lavagem de dinheiro e proteção dos consumidores.

Washington invocou neste ano um direito raramente usado garantido na OMC para excluir retroativamente os jogos de azar online de sua promessa de abertura de seu setor de serviços. "O nível de dados é impossível de quantificar em termos de dólares", disse Peter Power, um porta-voz do comissário europeu de comércio, Peter Mandelson. "Está claro que a indústria européia foi prejudicada, e uma compensação adequada está sendo negociada."

Advogados dizem que a disputa pode durar anos, enquanto operadores de casinos dos EUA e companhias norte-americanas como Yahoo e Google são livres para fazer negócios na Europa.

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