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Um dos fatores estruturais que explicam o otimismo dos investidores internacionais com o Brasil atende por uma expressão ainda pouco conhecida que, à primeira vista, soa quase como charada de jogo de tabuleiro: bônus demográfico.

Em síntese, trata-se de um período no qual a população economicamente ativa supera largamente a de dependentes, composta por idosos e crianças. Segundo especialistas, é uma condição propícia ao desenvolvimento de uma economia.

"O Brasil do início do século 21 passa por uma combinação entre uma estrutura demográfica e uma estrutura social que realçam uma proporção da população em idade em que o retorno social e econômico das pessoas é maior", explica o professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), José Eustáquio Diniz Alves.

Nesse contexto, diz o professor, "a população não é um entrave, mas sim um fator impulsionador da ‘decolagem’ do desenvolvimento".

O País chegou ao bônus demográfico porque a taxa de natalidade caiu fortemente a partir do fim dos anos 70, em uma velocidade maior do que diminuiu a taxa de mortalidade. Ou seja, com o passar dos anos, a soma de idosos e crianças se tornou bem menor do que o total de pessoas na ativa.

Outra forma de entender o assunto é olhar a proporção entre pessoas ativas e inativas. Segundo Alves, na década de 70, cada pessoa na ativa era responsável por uma inativa. Hoje, essa relação é de uma para 0,50.

Exemplos

Dois exemplos citados pelo especialista dão a dimensão da importância dessa condição para o crescimento econômico. Segundo ele, a reconstrução da Europa e do Japão, no pós-guerra, foi facilitada porque ambas as regiões passavam por um bônus demográfico.

O professor do Ence também faz um alerta. "Em qualquer país, só se pode usar uma vez o bônus demográfico. No entanto, essa janela de oportunidade de nada adiantará para a solução dos problemas sociais se o Brasil não for capaz de absorver a mão de obra disponível e incentivar as potencialidades da alta proporção de pessoas capazes de contribuir para a elevação da produção e da produtividade." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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