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Antena do sistema 4G da operadora Telia Sonera, na Suécia: em Curitiba, só no fim de 2013 | Divulgação/TeliaSonera
Antena do sistema 4G da operadora Telia Sonera, na Suécia: em Curitiba, só no fim de 2013| Foto: Divulgação/TeliaSonera

Negócios

Fabricantes de equipamento preveem crescimento

Ericsson e Huawei despontam no mercado brasileiro como as principais fornecedoras dos equipamentos de 4G do país. A Ericsson, até aqui, fechou contrato com todas que já anunciaram os fornecedores – Vivo, Claro e Oi. A Huawei fornecerá para Claro e Vivo. O presidente da Ericsson na América Latina e Caribe, Sergio Quiroga, afirmou que a previsão é que seu faturamento pule de R$ 2,3 bilhões para R$ 3 bilhões, impulsionado pelo 4G. Tanto a chinesa como a sueca garantem que 100% dos equipamentos serão feitos no Brasil. A Ericsson tem fábrica em São José dos Campos (SP). A Huawei tem parceria com a Flextronics, também em São Paulo. A Alcatel-Lucent está voltando ao mercado, após alguns anos. A empresa fechou contrato com a Oi.

R$ 2 mil é o preço estimado dos smartphones prontos para operar na rede 4G. O valor pode cair caso entre em vigor a desoneração prometida pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O ministro acredita que os preços podem cair para perto de R$ 400, no caso de aparelhos equipados com sistema operacional Android – algo que os executivos só creem ser possível em três anos.

Claro, Vivo e Oi anunciaram nos últimos dias os fornecedores dos equipamentos necessários para viabilizar o novo sistema. A TIM prometeu informar o fornecedor na semana que vem. Fechado o contrato, as empresas têm até abril de 2013, conforme cronograma do governo federal, para levar a conexão 4G para as seis cidades que vão sediar a Copa das Confederações: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e Salvador. Por estar fora do evento, Curitiba vai ter de esperar um pouco mais – a data limite para a implementação nas cidades-sedes da Copa do Mundo é dezembro de 2013.

Claro e Vivo – as duas empresas mais bem posicionadas para operar o 4G, de acordo com Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco – escolheram a sueca Ericsson e a chinesa Huawei para o fornecimento dos equipamentos. A Oi optou por Alcatel-Lucent, Ericsson e Nokia Siemens.

Os anúncios foram feitos durante a Futurecom, evento de telecomunicações que termina hoje no Rio de Janeiro.

Para Tude, não há risco de as empresas deixarem de cumprir as datas estipuladas pelo governo. "As operadoras usarão os ‘sites’ [torres e antenas] da rede 3G para instalar o 4G. Não vejo uma possibilidade de atraso. Em sete meses, essa é uma operação tranquila de ser realizada", diz. A fase de construção de novas torres deve vir depois, o que exigirá mais investimentos das operadoras.

O maior entrave para a popularização do 4G deve ser o preço e o pequeno número de smartphones aptos a utilizar a tecnologia. De acordo com James Meaney, chefe de Operações da Oi, três aparelhos serão homologados até o fim deste ano – os smartphones Samsung Galaxy S III e Motorola Razr, e um minimodem da Huawei. A Oi tem informação de que outros seis serão homologados até meados do ano que vem, totalizando apenas nove dispositivos prontos para o 4G no Brasil. Já se sabe que o iPhone 5, por exemplo, não funcionará com a frequência brasileira. Os preços desses aparelhos giram em torno de R$ 2 mil.

O ministro das Co­mu­nicações, Paulo Bernardo, informou na Futurecom que o decreto que inclui os smartphones na Lei do Bem, de isenção de impostos para tecnologia, está pronto e deve ser assinado ainda neste mês. A previsão é de que os preços caiam 10%. Para Bernardo, smartphones com o sistema operacional Android, que é aberto, podem chegar a custar R$ 400. Tude discorda e diz que um preço desses, "só daqui a uns dois ou três anos".

Para o especialista, Claro e Vivo estão em vantagem por terem conseguido as melhores licenças do leilão do 4G – com mais espectro, poderão ofertar melhor velocidade. Meaney, da Oi, reconhece que a empresa não priorizou a rede de dados como deveria no passado, e que essa estratégia foi alterada com a chegada do novo presidente da Oi, Francisco Valim, em maio do ano passado. O 4G aparece como uma oportunidade de recuperar o tempo perdido, tanto que a empresa está colocando em segundo plano a operação de 3G e HSPA+ para se focar na nova tecnologia. "Queremos recapturar mercado e vemos o 4G como um ponto de partida", afirmou Meaney. A banda larga móvel de quarta geração é até 10 vezes mais rápida do que a atual conexão 3G, pode atingir velocidades de 100 Mbps.

DiplomaciaCompartilhamento de estrutura será obrigatório, diz Anatel

Uma das principais batalhas que envolvem operadoras e governo para a implementação da rede 4G é a obrigatoriedade do compartilhamento da infraestrutura. Para garantir que todas as empresas cubram no mínimo 50% das áreas urbanas das cidades da Copa das Confederações até abril de 2013, a Anatel está pressionando por uma legislação que obriga as empresas a compartilhar sua infraestrutura com as concorrentes.

Do lado dos empresários, especialmente daqueles que investiram em equipamentos e rede nos últimos anos, há um clima de descontentamento. Eles afirmam que a medida pode desestimular novos investimentos.

O presidente da Anatel, João Rezende, que esteve presente na Futurecom na segunda-feira, afirmou na ocasião que o compartilhamento obrigatório estará presente, de alguma forma, no Plano Geral de Metas e Competição (PGMC), regulamento da agência para tornar o setor mais competitivo. "Se não estiver, fica difícil as metas serem cumpridas", afirmou ele.

O presidente da Telefônica/Vivo, empresa líder de telefonia móvel no Brasil, Antônio Valente, afirmou que as empresas que investiram mais agora devem ser ressarcidas. A Vivo, segundo ele, já compartilha 80% dos seus sites. A Oi, por exemplo, compartilha apenas 30%. "Quem apostou e investiu em rede agora precisa ser ressarcido, até para garantir novos investimentos e a ampliação da rede", afirmou. O governo ainda não decidiu o porcentual de torres em que o compartilhamento será obrigatório. Na Futurecom, Rezende falou em 50%, mas disse que o número ainda não está fechado.

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