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Lenny Kravitz fez melhor show | AFP PHOTO / Luisa DE PAOLA
Lenny Kravitz fez melhor show| Foto: AFP PHOTO / Luisa DE PAOLA

Na "corrrida" pela Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa, o Paraná pode assumir o papel da tartaruga que larga atrás e parece não ter chances, mas que no final surpreende a todos com uma vitória. No ranking nacional das empresas com ações listadas em bolsa por estado de origem, o Paraná ocupa apenas a sétima posição.

O desempenho não corresponde à força da economia paranaense, dizem analistas, mas a expectativa é que esse quadro mude nos próximos anos, com a movimentação crescente dos empresários em direção ao mercado de capitais. A estréia de quatro empresas locais na Bovespa nos últimos seis meses e a profissionalização do agronegócio, base da economia do Paraná, sustentam essa visão.

O Paraná participa com 16 empresas na Bovespa, de acordo com dados divulgados pela assessoria da bolsa. No entanto, duas delas não têm ações negociadas, e a maioria tem papéis com pouca liquidez. Em comparação com outros estados, o Paraná fica bem atrás de São Paulo (214) e do Rio de Janeiro (117), grandes centros econômicos nacionais, mas também está bem longe do volume de empresas gaúchas (51), mineiras (32) e catarinenses (30) presentes na Bovespa. Até a Bahia, que não costuma ficar à frente do Paraná em rankings econômicos, tem 17 companhias na bolsa.

O Paraná também tem pouca representatividade no "Índice Sul", criado pela corretora de valores Geração Futuro para comparar o desempenho dos papéis de empresas com maior liquidez da região com o Ibovespa, índice oficial da bolsa, que também analisa o comportamento médio das principais ações negociadas. Das 24 empresas que compõem o Índice Sul, apenas três são paranaenses: ALL América Latina Logística, Copel e Sanepar. De acordo com Cristiane Fensterseifer, da Geração Futuro, a carteira é revista a cada seis meses.

Entre 29 de dezembro de 2005 e 29 de junho deste ano, o Índice Sul teve variação de 93,4%, superior ao registrado pelo Ibovespa (63,5%). Isso sem considerar o bom desempenho de algumas empresas paranaenses que ingressaram recentemente na bolsa. O levantamento foi encomendado pela Revista Amanhã, do Rio Grande do Sul, publicação que costuma realizar rankings sobre o desempenho econômico dos sulistas.

Na avaliação do chefe de redação da Amanhã, Eugênio Esber, as empresas do Sul são geralmente bastante apreciadas na Bovespa. "Nós entendemos que a região tem características peculiares e é vista dessa forma pelo mercado", afirma. Ele diz que a intenção de divulgar o índice não é recomendar investimentos em um papel ou outro, mas apenas oferecer subsídios para comparação.

Futuro

Para a consultora de negócios da Go4! Karina Cordeiro, o fato de as empresas paranaenses terem menos participação do que as gaúchas na Bovespa, apesar de terem dados sócio-econômicos bastante parecidos, tem duas explicações. "A economia do Paraná está muito apoiada na economia agrícola, em que o quadro societário que se firmou foi o de cooperativas, que têm capital fechado. Não é à toa que as cooperativas mais desenvolvidas do Brasil são paranaenses", observa. As cooperativas, diz Karina, têm vantagens fiscais e econômicas, por isso o mercado de capitais não é tão atrativo para o setor.

Outro ponto, segundo Karina, é que a industrialização recente do Paraná está baseada na instalação de fábricas de multinacionais que optaram por manter o capital fechado no Brasil. Esse é o caso das montadoras, por exemplo, e de empresas do setor químico. Quanto ao empresariado paranaense, diz ela, "a gente percebia um certo receio de ingressar na Bovespa, mas o quadro atual aponta para mudanças, com a entrada recente da Positivo Informática, por exemplo". O mercado de capitais está maduro e a regulamentação está firmada, o que gera mais confiança.

Para Esber, da Amanhã, a consolidação do Paraná no mercado de capitais deve ocorrer à medida que o agronegócio se profissionalize. "Acho que o agronegócio será um dos grandes vetores para isso, gerando empresas que ingressem na bolsa, colaborando para que o Paraná tenha uma representatividade à altura de sua economia."

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