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O novo conjunto de incentivos fiscais e creditícios anunciado no início da semana passada, que a equipe econômica já está chamando de estímulo "na veia", foi desenhado para garantir ao país um crescimento de, no máximo, 4% este ano. A meta da presidente Dilma Rousseff era de 4,5%. A ordem agora é pisar fundo no acelerador e fazer o Brasil crescer o equivalente a 12 meses em nove.

O fato é que, passado o primeiro trimestre e iniciado o segundo, o país tem pouco tempo. "O PIB [Produto Interno Bruto] ainda tem condições de crescer 4% em 2012. Mas é bom lembrar que o plano é estrutural. São medidas que preparam o país para o futuro", admite um técnico da equipe econômica.

Para o economista-chefe do banco ABC, Luis Otavio Leal, atingir a meta da presidente "beira o impossível". O Brasil teria de manter um ritmo chinês nos próximos nove meses. Pelas estimativas do economista, o PIB terá aumentado apenas 0,7% no primeiro trimestre do ano, o que significa que ainda teria de acelerar cerca de 2,25% por trimestre até dezembro. "Trata-se de uma taxa anualizada de 9,3%. Nem a China está conseguindo isto este ano. As estimativas oficiais para o primeiro trimestre naquele país são de algo entre 8,2% e 8,4% anualizados", pondera Leal.

A avaliação é que o desempenho do primeiro trimestre teria ficado próximo de zero e, sem novas ações, seria impossível até chegar perto da meta da presidente para o período, desafio que parece estar se tornando cada vez mais distante, segundo agentes do próprio governo. Ao longo do ano passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou reiteradas vezes que o país retomaria a trajetória de crescimento a partir de novembro de 2011 para crescer a passos largos a partir do primeiro trimestre deste ano, o que acabou não acontecendo. Seus técnicos já vinham trabalhando antes do pacote com um crescimento de 3,5% ou menos este ano.

Agora, com as novas medidas, a equipe do governo ficou um pouco mais otimista. A maior preocupação está em turbinar os efeitos do novo pacote para garantir que o segundo semestre seja o motor da economia neste ano. Isso significa que outras medidas poderão ser adotadas até lá – a calibragem será feita ao longo deste trimestre.

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