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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

Assim como acontece com a chamada Web 2.0, em que a interatividade e as comunidades de usuários determinam o que esperam da internet, a TV do futuro será definida pelas mãos do telespectador - comportamento que vai muito além da posse de um controle remoto. Especialistas em telecomunicações e executivos de geradores de conteúdo debatem, durante o congresso "TV 2.0", em São Paulo, as influências da internet e de portais como YouTube nos rumos da televisão que se conhece hoje e as posturas que devem ser alteradas para atender `a esta geração que amadurece diante da liberdade de escolha.

- Antes as tecnologias só permitiam a entrega de um mesmo conteúdo a um 'pool' de usuários. Com a chegada as TVs fechadas, a cabo e a satélite, o usuário já passa a receber um conteúdo mais avançado, diferenciado e paga por isso. A diferença, agora, é que as tecnologias, especialmente os protocolos com base em internet (IPTV), permitem que o usuário escolha e assista ao que quer, na hora em que deseja - destacou Alex Paulino, engenheiro de sistemas da Promon.

Os especialistas debateram as novas ofertas de portais que, nos moldes do YouTube, concorrem com a televisão ao permitir acesso a uma gama variada de conteúdos em vídeo (licenciados por direitos autorais), na hora em que o telespectador deseja, pagando ou não pelo acesso a este conteúdo. Chris Deering, presidente do Jalipo, portal britânico que oferece conteúdo de redes de TV e de produtores independentes na internet, compara o atual momento provocado pelo YouTube e por portais como o dele e o Joost.com - em que o usuário escolhe ao que quer assistir - à ruptura causada pela oferta de música na internet.

- Até agora, a indústria fonográfica baseava seu modelo de negócios e de oferta no CD, e o fã era obrigado a comprar um CD inteiro de 13 músicas, mesmo que só quisesse ouvir 5 ou 6. Hoje existem mais de 10 milhões de fãs de vôlei na Europa e nenhuma emissora de televisão que ofereça este conteúdo em vídeo. Para uma emissora tradicional, oferecer este conteúdo certamente será prejuízo, pela infra-estrutura que ela mantém, mas alguém duvida do potencial desta audiência para um portal com oferta de conteúdo sob demanda? - questiona o executivo do portal britânico.

O Jalipo.com foi ao ar na internet em abril deste ano com um modelo de distribuição de conteúdo em vídeo e TV protegidos por direitos autorais e com remuneração por volume de acessos e de exposição. O portal funciona como uma espécie de eBay, como uma espécie de intermediário entre o espectador e o gerador de conteúdo. Na opinião do executivo, a internet é um meio que permite esta oferta personalizada, como a recepção, mesmo que paga, de programação com a opção de personalização de horário e tempo de acesso. Por isso, ele acredita que as grandes emissoras de TV possam inovar ao permitir, por exemplo, a oferta de conteúdos que já não justificam seus custos na distribuição em massa.

- No Jalipo, os usuários adquirem créditos para visualizar aquele conteúdo em vídeo, e o detentor dos direitos autorais é quem determina quanto aquele tempo de visualização vai custar e em que regiões do globo este conteúdo estará disponível. Fazemos apenas esta intermediação - afirmou Deering, negando que haja incentivo à oferta de conteúdo "pirata", já que o usuário gerador de conteúdo precisa autenticar um amplo cadastro de dados pessoais.

O executivo do Jalipo lembrou que este novo comportamento, do telespectador participativo, vai obrigar a indústria a rever seu modelo de negócios. Juarez Queiroz, da Globo.com, acrescenta que este comportamento já tem alterado a forma como as emissoras de televisão formatam a programação.

- Hoje um jovem que joga Fifa no videogame pode escolher as câmeras que visualizam o jogo, podem rever aquele lance que ele gravou, e pode gravar o que quiser. É para esta geração que devemos nos preparar. Hoje, quando a Rede Globo pensa em um programa, define todas as plataformas de interatividade e de exibição deste conteúdo, como internet e celular. Agora, com a TV digital de alta qualidade, este desafio é ainda maior, porque este usuário pode ter a televisão em qualquer lugar.

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