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O aumento no preço do álcool combustível tinha tudo para fazer disparar a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março. Mas a queda acentuada no preço do frango – que por causa da gripe aviária teve super oferta no mercado interno –manteve o índice praticamente estável em relação a fevereiro. Segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta do IPCA foi de 0,43% no mês passado, com leve variação ante o aumento de 0,41% de fevereiro. Em março de 2005, o IPCA havia ficado em 0,61%.

Enquanto o grupo combustíveis aumentou 4,79% no período, contribuindo com 0,29 ponto porcentual no resultado total, a gripe aviária fez com que o frango ficasse mais barato, forçando para baixo o resultado total. No mês passado, o grupo dos Alimentos teve deflação de 0,24%, mantendo a tendência de queda registrada na pesquisa anterior, quando a retração foi de 0,28%. Os preços do frango caíram 12,15% em relação a fevereiro, registrando a maior contribuição individual negativa para o total: 0,10 ponto porcentual.

Já a maior contribuição individual para cima ficou a cargo da gasolina. O combustível teve representatividade de 0,17 ponto porcentual, com aumento nos preços de 2,78%. Segundo o instituto, a alta foi tanto em função de reajustes no álcool como na alteração em sua composição.

O litro do álcool combustível, por sua vez, chegou a ficar 12,85% mais caro, contribuindo com 0,12 ponto porcentual. O IBGE explicou que "embora o aumento do álcool tenha sido maior, sua contribuição foi inferior à da gasolina por conta de sua pequena participação nas despesas das famílias e, conseqüentemente, nos cálculos do índice".

Juntos, os combustíveis para veículos tiveram alta de 4,97%, contribuindo com 0,29 ponto porcentual no resultado total. No ano, o acumulado chega a 9,21%, sendo 4,60% referente ao aumento da gasolina e 27,54% ao do álcool.

O IPCA do primeiro trimestre do ano acumulou 1,44%, resultado inferior ao do mesmo período do ano passado, quando o indicador estava em 1,79%. Nos últimos 12 meses, o acumulado ficou em 5,32%, também abaixo da taxa de 5,51% registrada no mesmo período anterior.

Sobre as regiões pesquisadas, o maior índice foi registrado em Brasília, onde a alta ficou acima da média nacional: 0,75%. Na região o destaque foi para os alimentos, com 0,48%; e para a taxa de água e esgoto, com 13,16%. O menor foi o do Rio de Janeiro, onde a inflação teve impacto de 0,18%.

Para cálculo do índice foram comparados os preços coletados no período de 25 de fevereiro a 28 de março (referência) com os preços vigentes no período de 28 de janeiro a 24 de fevereiro (base).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.

Já a inflação para a parcela mais pobre da população foi menor do que a registrada pelo IPCA. A mesma pesquisa do IBGE mostrou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) aumentou 0,27% no período –resultado, também, próximo ao registrado em fevereiro, quando a alta foi de 0,23%. Em março de 2005, o índice havia ficado em 0,73%.

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