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Já está vendo a sexta-feira daí? A frase aparece de diversas maneiras, ao longo da semana, nas redes sociais. Em uma das versões mais populares, ela surge associada a uma foto simpática, em que uma zebra se aninha sobre o pescoço de uma girafa. De lá, supostamente, terá uma visão privilegiada das coisas que virão.

Preciso confessar ao leitor que, para mim, a tal imagem é tão engraçadinha quanto perturbadora. Tempos estranhos esses, em que o homem moderno já começa a semana de trabalho ansiando pela folga. E conta os dias para os feriados. E conta as semanas que faltam para as férias. E conta os meses para chegar o fim do ano – e quando ele está bem pertinho, conta os segundos para a virada, que é o gatilho para começar tudo de novo. O que demonstra o apreço do ser humano em estabelecer padrões repetitivos de comportamento, mesmo quando se trata de lamentar-se pela própria rotina.

Os anos, nós também os contamos. Vemos os aniversários como marcos a serem alcançados na busca por uma liberdade idealizada. Nos primeiros estágios da vida, eles significam a possibilidade de namorar, dirigir, fazer escolhas à sua maneira. Mais tarde, conta-se o tempo que nos separa (ou aproxima, conforme o grau de otimismo de cada um) da aposentadoria, um período em que muitos sonham ter liberdade para fazer – ou não fazer – qualquer coisa.

O problema é que o tempo que dedicamos a essa contabilidade é tempo que se dissipa.

Enquanto me ocupo em antecipar os benefícios do futuro, ele se aproxima, perigosamente, trazendo consigo rugas, cabelos brancos, flacidez muscular. E leva embora a convivência com amigos, a infância dos filhos e outros flashes da vida.

Economia, ao contrário do que muitos pensam, não trata de comprar, vender, investir (não só disso, pelo menos). Seu objeto de estudo é a administração de recursos escassos – e quer algo mais escasso que o tempo? Ele não pode ser acumulado, apenas consumido, de forma mais ou menos racional. A escolha é sua.

Mudando de assunto...

O Luiz escreveu comentando que tem três imóveis, e por meio deles obtém renda de aluguéis. Mas não está muito satisfeito. "Está se tornando complicado alugá-los, demora um tempo e, às vezes, aluga-se por um preço abaixo do esperado", comenta. "Seria o caso de procurar alternativas de investimento?", pergunta.

A resposta é: depende. Levei a questão a Raul Pereira Ribas, da consultoria em investimentos Diversinvest. Ele observou que investidores com essa "queda" pelo mercado imobiliário podem ser muito bem atendidos por papéis derivados de imóveis, como os Fundos de Investimento Imobiliário (FII), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Todos eles contam com incentivo tributário – a renda mensal que eles pagam é isenta de Imposto de Renda. Mais: quem compra esse tipo de papel não precisa se preocupar em negociar preço com o inquilino, nem em consertar canos quebrados.

A questão é que, se for se desfazer de algum imóvel para comprar títulos, o investidor terá de recolher imposto sobre ganhos de capital. E isso, provavelmente, fará com que a operação não valha a pena. "Se houver uma entrada nova de caixa, faz todo sentido alocar esses valores em papéis imobiliários", observa Ribas.

Comunicação

"Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria", diz o Salmo 90.12. Aproveite seu tempo. Se quiser, mande dúvidas e comentários para financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

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