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A Sociedade Rural do Paraná (SRP) manifestou repúdio às acusações feitas pela Associação de Fazendeiros da Irlanda (IFA, em inglês) de que a carne bovina brasileira seria insegura para o consumo. O departamento jurídico da SRP não descarta a hipótese de denunciar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), órgão que trata desse tipo de conflito.

"É a segunda vez que essa associação [IFA] vem a público para tecer comentários contundentes contra a carne brasileira", disse o diretor jurídico da SRP, Ricardo Jorge Rocha Pereira. Em 2005, essa mesma entidade denunciou a existência de focos de febre aftosa em alguns rebanhos brasileiros, fato que não se confirmou no Paraná. "O Brasil é o maior produtor de carne do mundo. Temos quantidade e qualidade para competir em qualquer mercado. O que essa associação fez pode ser considerado como uma concorrência desleal", declarou Pereira.

Desde 2005, em razão da suspeita de aftosa, as exportações de carne bovina produzida em três Estados brasileiros – Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo – à União Européia (UE) estão suspensas. A liberação das exportações deve acontecer em setembro ou outubro.

A União Européia é o maior destino da carne produzida no Brasil. De toda a carne consumida pelos países que constituem o bloco econômico, 66% são brasileiras, o que faz da UE o mercado mais cobiçado pelos produtores. Quem analisa as questões do embargo para a UE é o Parlamento Europeu, que foi quem recebeu a denúncia da IFA. "Nós, brasileiros, temos que nos posicionar mais. Não podemos esperar dos órgãos governamentais. O governo faz a parte institucional", afirmou Ricardo Pereira.

Valores

Em 2006, o Brasil negociou US$ 2,2 bilhões de carnes para a UE. Desde o embargo, o Paraná não exporta para o bloco, mas já chegou a ser o terceiro nas exportações do produto, atrás apenas de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

"A nossa preocupação é que esse tipo de relatório prejudique os produtores porque cria uma expectativa internacional e mobiliza a imprensa", disse o presidente da SRP, Alexandre Lopes Kireeff. "Gostaríamos de conhecer o conteúdo desse relatório e avaliar o seu impacto. A gente não exporta para a Europa, mas isso acaba refletindo no mercado internacional", declarou.

Kireeff lembrou que mais de cem países importam carne bovina brasileira e classificou como "precipitada" a atitude dos produtores europeus. "Manifestamos nosso repúdio e tomamos medidas para ter ciência desse relatório e ver se há uma medida mais específica a ser tomada." A SRP representa 21 associações de produtores de gado de corte.

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