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O volume de soja geneticamente modificada exportado pelo Porto de Paranaguá superou o volume de soja convencional em agosto, pela primeira vez, desde que, em abril, a Justiça obrigou a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) a liberar o terminal para produtos transgênicos. De acordo com os dados da administração portuária, foram escoados pelo Corredor de Exportação e por dois terminais privados 205 mil toneladas de soja transgênica contra 154 mil toneladas de soja convencional. Isso significa que no pico do escoamento da safra 2005/2006 a soja transgênica bateu em 33% a convencional no terminal paranaense.

Para o presidente da Câmara Setorial dos Terminais em Paranaguá, José Sílvio Gori, os números mostram que a safra agrícola voltou este ano a sair pelo Paraná, depois de ser desviada para os portos de São Francisco do Sul e Santos. Apesar disso, o desempenho do terminal no escoamento de soja em grão ainda é inferior ao de anos anteriores (leia na próxima página). Na semana passada, a Justiça determinou a liberação de mais duas áreas de embarque de OGMs. A medida vai agilizar a operação, que levava dez dias por navio, e levou os grandes exportadores a refazer o planejamento logístico para 2007.

A previsão, portanto, é que os números de Paranaguá no ano que vem reflitam a confiança do exportador. "Como representantes dos terminais, esperamos que o porto aumente a sua performance. Mas é claro que dependemos de outros fatores, como o resultado da safra paranaense", completa.

A Companhia Brasileira de Logística (CBL), uma das empresas que utilizam o Corredor de Exportação de Paranaguá, concorda que há outros fatores na cadeia da soja que podem influenciar os resultados do porto. "A visão da CBL é que a situação não pode ser analisada de forma simplista. O acomodamento de margens pelas grandes empresas, o dólar baixo e a retenção da soja pelos produtores também influenciam os embarques em Paranaguá", diz Washington Viana, gerente geral da CBL. "Mas concordamos que a liberação dos berços é parte do elenco de medidas que podem ser tomadas para atrair carga para o porto." Apesar da baixa performance do complexo soja no terminal, a CBL aumentou em 30% a passagem do grão por Paranaguá durante este ano.

Para o ano que vem, quando a soja transgênica deve ocupar metade da área cultivada com o grão no Paraná, conforme estimativa da Emprapa Soja, a perspectiva dos exportadores é que a soja OGM volte a superar a soja convencional no terminal.

O primeiro embarque de soja geneticamente modificada pelo Porto de Paranaguá aconteceu no dia 21 de abril, em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e pôs fim a uma batalha jurídica de três anos. A proibição do embarque de soja geneticamente modificada por Paranaguá foi uma das ações do governo do estado, que tinha como objetivo destacar o Paraná como "área livre de transgênicos".

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