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O curitibano Fernando Ott, CEO d’O Polen, com a diretora de operações da startup, Renata Chemin: fazendo o dinheiro chegar até o caixa de quem precisa | Divulgação/O Polen
O curitibano Fernando Ott, CEO d’O Polen, com a diretora de operações da startup, Renata Chemin: fazendo o dinheiro chegar até o caixa de quem precisa| Foto: Divulgação/O Polen

Há pouco mais de oito meses, a startup curitibana O Polen emplacou na mídia e começou a fazer barulho na internet ao propor uma ação curiosa durante a tradicional promoção de compras Black Friday. O grande alcance do “evento de compras” foi visto como uma oportunidade para conscientizar os consumidores a investir em causas sociais – e acabou servindo também para testar a viabilidade do negócio proposto pela empresa.

A aposta na chamada “White Friday” deu certo e gerou frutos. Hoje, a startup passa por duas acelerações simultâneas fora do país para aprimorar a ferramenta que permite a qualquer consumidor aproveitar a compra em um site para destinar recursos a ONGs e entidades sociais, sem que precise gastar um centavo a mais por isso.

Por meio de um plugin para o navegador Google Chrome, O Polen transforma a comissão de venda das lojas em doações para instituições previamente selecionadas. Hoje, a startup tem parcerias com 115 sites de e-commerce, incluindo gigantes como Submarino, AliExpress, Walmart, Americanas.com e Netshoes, além de companhias aéreas como TAM e Gol e livrarias como a Cultura e Fnac.

Empresa itinerante

Desde o começo da sua trajetória, os integrantes d’O Polen se acostumaram a viver na estrada e trabalhar de forma remota. No fim de 2013, a startup foi aceita na aceleradora capixaba StartYouUp e os empreendedores precisaram se mudar temporariamente de Curitiba para Vitória. Foi lá que a empresa definiu e consolidou seu modelo de negócios.

Nos últimos meses, a startup acabou sendo aprovada em dois programas de aceleração no exterior: o Startup Chile e o Dot Forge, na Inglaterra. O programa promovido pelo governo chileno foi iniciado em março, terá duração até agosto e é voltado para a melhoria da gestão das empresas. Já o segundo, oferecido pelo governo britânico – focado no desenvolvimento de soluções mobile – é mais curto e irá até o fim de maio.

Hoje, a equipe da startup conta com seis pessoas. O foco agora é buscar investidores para alavancar o negócio e expandir a parceria para fora do país, principalmente na Europa. Uma versão mobile da ferramenta também está nos planos.

Ao instalar o plugin e selecionar a entidade que quer ajudar – são cerca de 50 disponíveis, principalmente do Sul e Sudeste –, o usuário passa a ter a opção de destinar parte do valor da compra sempre que fazer a transação nos sites. O porcentual a ser destinado varia de 2% a 7% do total da compra, conforme a loja. Deste valor, 65% vai para o caixa da entidade e 35% para a startup.

Como as doações podem envolver apenas alguns centavos, a ideia é apostar no volume para que, juntas, as transferências façam diferença para as organizações sociais. “Aqui no Brasil não existe um movimento, uma cultura de doação. Então a nossa missão é unir diferentes setores da sociedade para causar impacto social, envolver as pessoas na responsabilidade social das empresas”, relata o CEO d’O Polen, Fernando Ott, que se formou em Ciências da Computação na UFPR e passou por empresas como Buscapé, B2W e Walmart.

Resposta

Hoje, o plugin da startup tem cerca de 900 usuários – por dia, são feitas em média seis transações. Segundo Ott, 90% dos internautas que instalaram o plugin mantiveram o recurso e fizeram mais de uma doação.

As ONGs e entidades têm a liberdade de usar os recursos na área que quiserem, mas são orientadas pela startup a aproveitar os valores na infraestrutura e na base de suas organizações. As lojas parceiras também dão “pitacos” – cada nova ONG precisa passar pelo crivo das marcas.

Para aderir ao O Polen, as entidades precisam preencher um cadastro que será analisado pela curadoria da startup. Alguns documentos são exigidos, como certificado da OSCIP, cartão de CNPJ e certidões negativas estadual e federal da instituição e criminais dos sócios.

“Hoje as ONGs gastam um tempo absurdo só para tentar captar recursos e falta tempo para trabalhar de fato na causa que defendem. A nossa intenção é dar esse tempo a mais para elas”, resume a COO (diretora de operações) da startup, Renata Chemin.

Confira abaixo um vídeo produzido pela O Polen que mostra como as doações funcionam:

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