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O município de Clevelêndia, no Sudoeste do Paraná, tem boas chances de receber a unidade frigorífica de aves que a Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral Aurora) pretende construir no ano que vem. Terceira maior cooperativa do país, a Aurora vai investir cerca de R$ 400 milhões no projeto, que é disputado por outros três estados e deve gerar 3,2 mil empregos diretos. A cooperativa planeja construir um abatedouro, uma unidade de industrialização de aves, uma fábrica de ração e um incubatório. A parte fabril deve ocupar 1 milhão de metros quadrados, com abate de 300 mil aves por dia.

A escolha da cidade paranaense era dada como certa na semana passada, mas o conselho de administração da Aurora adiou a decisão por 30 dias. De acordo com uma fonte que acompanha as negociações, os incentivos oferecidos pelo município paranaense seriam "significativamente maiores" que os oferecidos pelos outros concorrentes. Acompanhada pelo prefeito de Clevelândia, Vanderlei Valério, uma comissão técnica da cooperativa fez ontem uma nova vistoria para estudar a infra-estrutura da região.

A cidade foi incluída na lista da cooperativa por influência de Ari Reisdoerfer, empresário rural de Clevelândia que faz parte do conselho de administração da Aurora. A primeira visita ocorreu em agosto, pouco depois que uma comitiva formada pelo prefeito, por representantes do governo do estado e pelo senador Osmar Dias (PDT) foi até Chapecó, sede da cooperativa, apresentar as vantagens oferecidas pelo Paraná.

Além de Clevelândia, as regiões de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Carazinho (Rio Grande do Sul) e Canoinhas (Santa Catarina) disputam o investimento. Até o ano passado, a cooperativa planejava construir as novas unidades em Maravilha (SC), mas decidiu procurar outro local após constatar que o município não tinha mão-de-obra suficiente. A Aurora informou que também está avaliando a base produtiva de grãos e aves e os incentivos fiscais e materiais oferecidos por cada região, além de "outros fatores geoeconômicos, legais e institucionais". O presidente da cooperativa, Mário Lanznaster, disse em nota que "a complexidade e a dimensão do investimento justificam a cautela" na definição do local.

Embora Clevelândia não tenha aviários – sua economia é baseada na agricultura, pecuária, silvicultura e produção de erva-mate –, pesam a favor do município a disponibilidade de mão-de-obra e os incentivos prometidos pela prefeitura e pelo governo do estado. "A prefeitura ofereceu terreno, terraplenagem, ligação de água e asfalto", diz o chefe de gabinete do prefeito, Geraldo Vailatti.

A Secretaria de Estado da Fazenda informou que o governo estadual vai conceder incentivos fiscais para que a Aurora se instale na região, mas eles ainda estão sendo analisados por uma equipe técnica e devem ser avaliados em breve pelo secretário Heron Arzua.

Segundo Vailatti, parte da mão-de-obra necessária será de Clevelândia, que tem 18 mil habitantes, e o restante de cinco municípios da região – Pato Branco, Palmas, Mangueirinha, Honório Serpa e Mariópolis. "Como os criadores de frango terão de ser cooperados da Camisc [Cooperativa Mista São Cristóvão, de Mariópolis], a cidade de Mariópolis também pleiteia uma ou mais das novas unidades da Aurora. É possível que Clevelândia e Mariópolis sejam parceiras nesse projeto", revela o assessor.

Com faturamento de US$ 910,6 milhões (R$ 1,65 milhão) em 2006, a Aurora é a 24.ª maior empresa da Região Sul e 172.ª maior do país. A cooperativa, que emprega 9,3 mil pessoas, tem 27 unidades fabris, armazéns, granjas e incubatórios em três estados. Se confirmada, a unidade de Clevelândia será a primeira no Paraná – no estado, a Aurora tem apenas distribuidores e filiais de vendas.

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