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A balança comercial registrou em março o primeiro superávit do ano acima da marca de US$ 2 bilhões, depois de amargar um déficit em janeiro e um saldo inexpressivo em fevereiro. O movimento coincidiu com a retomada da China como o maior importador de produtos brasileiros, ultrapassando os Estados Unidos que lideraram as compras no primeiro bimestre.

O superávit de março ficou em US$ 2,019 bilhões, o maior para o mês em cinco anos. Mesmo assim não foi um recorde, como os vistos tanto nas exportações (US$ 20,911 bilhões) quanto nas importações (US$ 18,892 bilhões). No ano, o saldo acumulado é pouco maior, de apenas US$ 2,440 bilhões, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Para a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, a variação cambial em março em relação ao mesmo mês do ano passado ajudou no resultado. "Na comparação, (a variação cambial) favorece, mas não quer dizer que o patamar atual do dólar a R$ 1,80 seja favorável aos exportadores brasileiros", ponderou.

Mais uma vez, os responsáveis pelo desempenho comercial positivo foram os produtos básicos. Na comparação com março do ano passado, a venda desses itens cresceu 10,4%, chegando a US$ 10,1 bilhões, quase a metade do total exportado no mês. Já a venda de produtos manufaturados subiu apenas 1,5% no mês, para US$ 7,9 bilhões, enquanto a dos bens intermediários registrou queda de 15,5%, para US$ 2,4 bilhões.

Desde o início do ano, a vedete das exportações brasileiras foi a soja, com um aumento de 99% em valor (quantidade e preço) na comparação com o primeiro trimestre de 2011. Apenas em março, a expansão foi de 42,3%, um total de US$ 2,1 bilhões. Isso em um momento de entressafra da produção de grãos no país. A secretária atribuiu o aumento das vendas à quebra da produção nos Estados Unidos e à necessidade de o mundo, principalmente a China, manter seus estoques.

Tatiana enfatizou que o aumento das vendas de soja, ao lado da maior comercialização de petróleo (31%), ajudou a neutralizar a queda das exportações de minério de ferro (-18%) no primeiro trimestre do ano. Estes três produtos são fortes na pauta de importação chinesa do Brasil. Por mais que o governo tente enfatizar a importância dos Estados Unidos como um parceiro comercial para o país, citando a diversificação do leque de compras, a China ainda é crucial para definir a robustez da balança brasileira.

No mês passado, as vendas totais para o gigante asiático somaram US$ 3,906 bilhões, enquanto que para os EUA foram de US$ 2,320 bilhões.

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