Para especialistas consultados pela Gazeta do Povo, a tese de “mito do déficit” é uma forma de escapismo, que adia mudanças imprescindíveis e ameaça a própria sobrevivência do sistema previdenciário.
“As contas da Previdência são obviamente deficitárias. Ainda que se olhe para a Seguridade como um todo, e seu orçamento eventualmente esteja equilibrado, para cobrir o déficit da Previdência você tira recursos das outras áreas, que são muito importantes e têm uma carência gigantesca de recursos”, diz o economista Luiz Eduardo Afonso, professor da USP. A urgência de uma reforma, argumenta, fica evidente no tamanho das despesas previdenciárias em relação à economia do país. “Elas já passam de 12% do PIB. A gente gasta desproporcionalmente mais do que outros países com estrutura demográfica próxima à nossa gastam”, diz.
Segundo o consultor legislativo Leonardo Rolim, mesmo que o país usasse toda a arrecadação da Seguridade Social para bancar a Previdência, e não destinasse mais nada à saúde e à assistência social, o sistema voltaria ao negativo em 2041. “Mesmo nessa hipótese absurda, não haveria dinheiro para pagar a aposentadoria de quem está começando a trabalhar agora.” Um erro que ele considera grave na contabilidade dos céticos do déficit é que eles excluem do orçamento da Seguridade a previdência dos servidores. Se o regime próprio dos funcionários civis e militares da União entrasse na conta, a Seguridade teria registrado um déficit de mais de R$ 50 bilhões em 2015.
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