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São Paulo (Folhapress) – O governo federal fez mais economia do que o previsto em 2005 e terminou o ano com um superávit primário de R$ 52,488 bilhões. Isso corresponte a 2,72% do Produto Interno Bruto (PIB), 0,34 ponto acima da meta. Mesmo com esse aperto fiscal, a dívida líquida do setor público teve uma queda pequena no ano passado, de 51,7% do PIB para 51,01%, entre 2004 e 2005, segundo documento divulgado ontem pelo Tesouro Nacional.

Preparado pelo secretário do Tesouro, Joaquim Levy, o documento intitulado "O Brasil Virando Onça" mostra que o superávit primário (resultado das contas públicas antes do pagamento de juros) obtido por União, estados, municípios e estatais no ano passado, que deve ficar em torno de 5% do PIB, foi insuficiente para levar a uma redução significativa da dívida pública. O superávit acumulado apenas pelo Tesouro, Banco Central e Previdência correspondeu a um crescimento de 6,31% sobre o ano anterior, de R$ 49,368 bilhões.

Somente com o pagamento de juros da dívida interna o governo teve uma despesa de R$ 140,9 bilhões no ano passado, segundo o próprio Tesouro. Não fosse a queda de 12,4% do dólar em 2005, a dívida poderia ter seguido caminho inverso. O gasto do país com juros no ano passado chegou a causar divergências entre os ministros Antônio Palocci (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil). Ela afirmou que a política econômica "enxugava gelo", já que todo o esforço com o controle de gastos seria consumidor pelo pagamento de juros.

No texto, Levy faz, no entanto, uma avaliação mais otimista da evolução da dívida pública. O secretário aposta que os débitos podem chegar a até 36,9% do PIB em 2005. Todos os dados das contas públicas devem ser divulgados apenas na segunda-feira pelo Banco Central. Além disso, o resultado da dívida está sujeito a revisão, uma vez que o IBGE só deve divulgar o PIB de 2005 dentro de pouco mais de um mês.

Número

R$ 140 bilhões foi o valor gasto no ano passado pelo governo federal para pagar os juros da dívida interna.

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