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Orientações

O que fazer para fugir da tentação

Para evitar que a "comprinha" sem pensar se torne uma dor de cabeça depois, os especialistas recomendam que o consumidor faça uma lista de planejamento antes de sair de casa e, em alguns casos, evite levar os filhos pequenos para o supermercado.

Pelo menos 26% dos entrevistados afirmam que não resistem às pressões dos filhos e acabam enchendo o carrinho com mais produtos do que deveriam. Entre os pais que têm crianças de até seis anos de idade, o porcentual aumenta para 37% e, para os que têm filhos entre sete e 15 anos, de 35%.

Para quem consegue se controlar, porém, dizer não para o pedido do filho pode ser um bom começo para a educação financeira da criança.

Internet

As compras por internet também exigem atenção redobrada. A variedade de sites, opções de produtos e a facilidade para fazer a compra a apenas um clique são um convite ao impulso, segundo Flavio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil.

Segundo Borges, não é necessário controlar toda despesa, mas, com planejamento, a chance de sobrar mais para executar um plano – fazer uma viagem, um curso ou adquirir um bem – é maior. "Ninguém precisa ter uma vida chata, mas obedecer um certo planejamento é importante", diz.

O levantamento mostra que pelo menos 41% dos entrevistados já estiveram com o nome registrado nos serviços de proteção ao crédito e 23% ainda estão. Dos consumidores da amostra, 44% pagam as compras com dinheiro, 25% com cartão de crédito e 22%, em parcela única no cartão de crédito.

40% dos consumidores da classe C admitem que fazem compras não planejadas em supermercados. Nas classes A e B, esse porcentual é de 29%, segundo a pesquisa do SPC Brasil e da CNDL.

Os shopping centers podem ser considerados "templos de consumo", mas é nos supermercados que as pessoas mais fazem compras por impulso. Segundo levantamento inédito encomendado em junho pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) para avaliar como o brasileiro lida com as ferramentas de crédito, 34% dos entrevistados admitem gastar mais que o planejado quando estão em supermercados, e 25% reconhecem fazer isso em shopping centers. O comércio on-line – em lojas virtuais ou sites de compras coletivas, por exemplo – aparecem em terceiro lugar, com 19%.

INFOGRÁFICO: Confira os locais campeões das compras por impulso

De acordo com o estudo, as compras sem planejamento nos supermercados são uma prática comum na maior parte das classes sociais, mas demonstram ser mais recorrentes entre as famílias da classe C. Em cada dez entrevistados da classe C, quatro responderam que são mais impulsivos nos supermercados. Entre os consumidores das classes A e B, a proporção é de quase três para dez.

"A pesquisa destrói a suposição comum de que é nos shoppings que as pessoas compram mais sem refletir antes", diz Flavio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil. Os shopping centers são responsáveis pelas compras por impulso para 27% dos entrevistados das classes A e B, enquanto que na classe C o porcentual é de 22%.

A variedade e disposição de produtos, a frequência e facilidade de compra – "é só colocar no carrinho" – e o tempo em que se espera na fila do caixa fazem do supermercado um lugar sedutor para compras não planejadas. "Além disso, as promoções e as condições de financiamento, com o parcelamento em dez, quinze vezes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos levam muitas pessoas a comprar também itens de maior valor sem pensar muito", diz.

Os produtos que lideram a lista de compras por impulso são roupas, calçados e acessórios e perfumes e cosméticos. Mas Borges acredita que frequentemente o consumidor não percebe que está comprando por impulso, o que significa que o porcentual de aquisições sem planejamento pode ser muito maior. Muitas vezes a decisão de levar um produto é tomada em segundos. "O consumidor coloca uma caixa de chocolates no carrinho e nem percebe", diz.

O crescimento da compra por impulso é um movimento recente, fruto da relativa estabilidade da inflação, do aumento da renda e de um número maior de pessoas com acesso ao consumo.

"As classes de menor poder aquisitivo sempre destinaram parte maior de seus orçamentos para o supermercado, como alimentação e itens de necessidade da casa. Com a recente ampliação do poder de consumo no Brasil, essa parcela da população passou a incorporar novos produtos em suas compras", diz Borges.

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