A Justiça gaúcha decretou hoje a prisão preventiva de três suspeitos detidos ontem durante a Operação Mercari realizada por uma força-tarefa da Polícia Federal, Ministério Público Estadual e Ministério Público de Contas. Eles são acusados do desvio de R$ 10 milhões da área de marketing do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) nos últimos 18 meses. Os três estavam com prisão temporária, mas como se recusaram a cooperar com a investigação afirmando que somente falariam em juízo, tiveram decretada a prisão preventiva.
A governadora Yeda Crusius, em entrevista como candidata do PSDB à reeleição no Rio Grande do Sul, no programa de televisão Bom Dia Rio Grande, da RBS, criticou hoje o superintendente da Polícia Federal, Ildo Gasparetto, por ter comparado o caso da Operação Mercari com a operação Rodin e de não ter incluído a Polícia Civil gaúcha na força-tarefa. Ela insinuou que estaria sendo feito uso político da investigação.
Estão presos na PF o superintendente de marketing do Banrisul Walney Fehlberg, o representante da agência de publicidade SLM Gilson Stork e o diretor da DCS Armando D'Elía Neto. A PF continua investigando documentos e computadores. O delegado Gasparetto lembrou que o caso continua em segredo de Justiça.
O montante de dinheiro que estava nas agências e nas residências dos três acusados já foi apurado e contabilizado pelos investigadores. Eram, ao câmbio atual, R$ 3,4 milhões.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a inspeção no banco vai até final de setembro e depois terá um mês para elaborar um relatório. O TCE ainda suspendeu pagamentos feitos pelo Banrisul às empresas sob investigação. Apesar de aprovar as contas do governo gaúcho em 2009, o TCE fez algumas ressalvas. Uma delas foi justamente sobre os gastos com publicidade pelas estatais, já que os valores superavam em 107% o total orçado inicialmente.
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