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Ibema assumirá dívida e fábrica da Suzano em Embu (SP), além de receber aporte de  R$ 8 milhões. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Ibema assumirá dívida e fábrica da Suzano em Embu (SP), além de receber aporte de R$ 8 milhões.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A busca da Ibema por um sócio finalmente chegou ao fim. A empresa paranaense, terceira maior fabricante de papel para embalagens do país, se associou à paulista Suzano Papel e Celulose, líder desse mercado. Após a conclusão da operação anunciada no início da noite de quarta-feira (18), a Suzano terá 49,9% da Ibema. Os atuais sócios da companhia vão ficar com 50,1% do negócio.

A transação, que depende de autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), será feita em etapas. A Suzano vai repassar à Ibema a fábrica de Embu (SP), que tem capacidade de produção de 50 mil toneladas de papel cartão por ano e é avaliada em R$ 50 milhões. A empresa paulista também vai transferir à paranaense uma dívida de R$ 50 milhões, com vencimento em 2021. E, por fim, fará um aporte de R$ 8 milhões na Ibema.

O diretor financeiro da Suzano, Marcelo Bacci, disse em teleconferência que, após concluídas todas as formalidades, a “nova Ibema” será gerida “de maneira profissional e independente da Suzano”. “A transação busca eficiência operacional na indústria e na área de logística. Não muda nada para as companhias, nem para o mercado”, complementou Carlos Aníbal, diretor executivo de Papel e Celulose da companhia paulista.

Em um primeiro momento, a Suzano terá 38% da Ibema. Sua fatia subirá para 49,9% quando forem retirados da “nova Ibema” ativos como as duas pequenas hidrelétricas da companhia paranaense, que pertencerão apenas aos atuais sócios da companhia, representados pela Ibema Participações.

Fundada em 1956, a Ibema emprega cerca de 800 pessoas. Sua fábrica em Turvo, no Centro-Sul do estado, opera há tempos no limite da capacidade. A empresa também tem sede administrativa em Curitiba e um centro de distribuição em Araucária, na região metropolitana da capital, além de 3,9 mil hectares de florestas plantadas.

Mais fôlego

Com a incorporação da fábrica de Embu, a Ibema eleva sua capacidade de produção anual de papel cartão – usado em embalagens – de 90 mil para 140 mil toneladas. A capacidade da Suzano, por sua vez, cairá de 250 mil para 200 mil toneladas. As marcas das duas empresas continuarão existindo e concorrendo entre si.

“Quando concluído, o negócio vai fortalecer a Ibema, que poderá competir de igual para igual nesse mercado”, disse o presidente da Ibema, Nei Senter Martins. Segundo dados de 2014, a Suzano detém 32% do mercado brasileiro de papel para embalagens. A segunda colocada é a Klabin, que tem fábrica em Telêmaco Borba (Campos Gerais), com 28%. A Ibema é a terceira, com 13%.

A Ibema busca recursos para ampliar sua produção pelo menos desde 2007, quando começou a estruturar uma operação de abertura de capital na Bovespa, da qual desistiu em 2014, por causa do momento difícil do mercado de capitais. Entre 2010 e 2011, a companhia chegou a negociar uma fusão com a Papirus, de Limeira (SP), que também não prosperou.

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