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A indiana Tata Steel venceu na quarta-feira (horário local) a batalha pela compra da siderúrgica Corus, superando a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ao oferecer 6,2 bilhões de libras (12 bilhões de dólares) pela empresa anglo-holandesa.

O painel britânico de aquisições informou em comunicado enviado por email após o leilão que a oferta da Tata de 608 pence por ação da Corus em dinheiro superou a oferta final da brasileira de 603 pence por ação, após uma disputa de três meses das duas companhias pela Corus.

Ambas as ofertas vieram na ponta mais alta do que os analistas acreditavam ser possível e serão apreciadas pelos acionistas da Corus, que não têm motivos para rejeitar o valor mais alto.

Representantes da Corus não estavam imediatamente disponíveis para comentar o negócio.

O processo de leilão começou às 14h30 de terça-feira (horário de Brasília). No mercado londrino as ações da Corus fecharam em alta de 0,5 por cento, para 563 pence.

Tanto a CSN quanto a Tata tinham interesse em comprar a Corus para se tornarem um importante participante no mercado siderúrgico internacional, que passa por um processo de consolidação. No ano passado, a Mittal Steel, sediada na Holanda, comprou a Arcelor, de Luxemburgo, e criou a maior siderúrgica do mundo, a Arcelor Mittal .

Os 608 pence que a Tata pagará para cada ação da empresa anglo-holandesa equivale a cerca de sete vezes a expectativa de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Corus em 2006, bem acima do que a Mittal pagou pela Arcelor, o equivalente a 4,6 vezes o Ebitda da empresa.

Antes do leilão, convocado pelo painel de aquisições para pôr fim à batalha de ofertas, a CSN tinha a dianteira com uma proposta de 4,9 bilhões de libras (9,6 bilhões de dólares), ou 515 pence por ação, valor aceito pela Corus em 11 de dezembro, horas depois da companhia concordar com uma oferta anterior de 500 pence por ação feita pela Tata.

A batalha levou os preços das ações da Corus para seus maiores patamares em sete anos.

A disputa também colocou frente-a-frente o chairman do Tata Group, Ratan Tata, de 70 anos e integrante de uma das mais conhecidas famílias de executivos da Índia, e Benjamin Steinbruch, que aos 52 anos é um dos empresários mais famosos do Brasil, presidente-executivo e principal acionista da CSN.

Ratan Tata transformou o antigamente acomodado Tata Group, desde que assumiu como chairman da empresa em 1991. Ele reduziu o número de empresas do grupo, que era de mais de 300, e comprou novas companhias com potencial de crescimento.

A Tata Steel gastou mais de 400 milhões de dólares nos últimos anos para comprar a NatSteel, de Cingapura, e a tailandesa Millenium Steel. Além disso, outras empresas do grupo realizaram aquisições fora da Índia.

Pelo lado da CSN, a oferta de 603 pence por ação marcou a segunda vez em cinco anos que a empresa tenta comprar a Corus sem sucesso.

Em 2002, a CSN negociou abertamente um acordo com a empresa, mas acabou recuando em meio a preocupações sobre a saúde financeira da companhia européia.

Steinbruch voltou seus olhos para a Corus novamente no ano passado, após a CSN perder a disputa pela siderúrgica norte-americana Wheeling-Pittsburgh para o grupo de serviços siderúrgicos Esmark, também dos Estados Unidos.

Na terça-feira a Tata Steel anunciou um salto de 41 por cento no lucro líquido de terceiro trimestre, para 10,63 bilhões de rúpias.

A libra esterlina, que há várias semanas ronda o patamar de 2 dólares, pode ter sua cotação favorecida pelo acordo, caso a Tata Steel decida comprar moeda britânica para pagar os acionistas britânicos da Corus.

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