
A taxa de desemprego no país caiu de 5,0% em agosto para 4,9% em setembro, o menor patamar para o mês desde o início da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, o resultado ainda é impulsionado pela saída de pessoas do mercado de trabalho os jovens têm adiado a procura por emprego em busca de mais qualificação.
O mercado não tem gerado novas vagas, informou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Ao longo desse ano de 2014, nessas comparações anuais (mês contra mesmo mês do ano anterior), mostram que tem redução de procura (por emprego) e aumento da inatividade. A taxa cai porque menos pessoas estão procurando trabalho", explicou Adriana.
A população desocupada recuou 10,9% em setembro ante setembro de 2013, o equivalente a menos 145 mil pessoas na fila do desemprego. No entanto, não houve geração de vagas no mesmo período. A população ocupada até encolheu 0,4%, devido à dispensa de 91 mil trabalhadores. "A gente vem nesse ano de 2014 com uma população ocupada praticamente parada, praticamente estável", afirmou a técnica do IBGE.
Ao mesmo tempo, o total de inativos cresceu 3,7% em setembro em relação a um ano antes: 690 mil pessoas migraram para a inatividade. Apenas na passagem de agosto para setembro, 133 mil pessoas se tornaram inativas.
Em casa
O IBGE afirma que o desalento, grupo formado por pessoas que desistiram de procurar emprego por não terem encontrado, está diminuindo. Por outro lado, o número de inativos tem aumentado porque há mais pessoas que não procuram emprego porque não querem mesmo trabalhar. Segundo Adriana, essa população é formada por jovens em processo de escolarização, que adiam a busca por emprego, ou pessoas mais velhas, que já se aposentaram e saíram do mercado de trabalho.
"O desemprego baixo é sempre uma boa notícia. Mas ele não conta a história toda. O emprego com carteira assinada caiu. O mercado de trabalho está se deteriorando, e vai continuar assim. O ano que vem vai ser difícil, independentemente de quem vença as eleições", sentenciou Manuel Thedim, diretor-executivo do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets).
O número de empregados com carteira assinada no setor privado encolheu 0,2% na passagem de agosto para setembro foram 18 mil vagas formais a menos. Em relação a setembro do ano passado, a queda foi de 0,8%, com a eliminação de 89 mil postos com carteira.



