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São Paulo – Pela 17.ª vez consecutiva o Federal Reserve (Fed, o BC americano) elevou sua taxa de juros. A taxa passou para 5,25% – mais um aumento de 0,25 ponto porcentual, ritmo mantido há dois anos. O presidente do Fed à época, Alan Greenspan, iniciou o ciclo de altas para conter pressões inflacionárias que começavam a despontar, devido à aceleração da economia americana que então ganhava impulso. A dúvida hoje no mercado financeiro e entre os economistas é se o Fed já não teria elevado os juros além do que seria prudente: com os juros altos, o crédito fica mais caro e o consumo, principal motor da economia americana, pode sofrer retração e prejudicar o desempenho econômico do país.

Um dado influente sobre a decisão do Fed divulgado ontem, no entanto, foi recebido com otimismo pelos economistas: o indicador do núcleo dos preços (que exclui alimentos e energia) atrelado à leitura do Produto Interno Bruto (PIB), também divulgada ontem, teve alta de 2% (dado anualizado) no primeiro trimestre deste ano. O aumento é o mesmo que havia sido estimado no dado preliminar sobre o PIB divulgado há um mês e representa uma queda na comparação com os 2,4% registrados no quarto trimestre de 2005.

Mesmo com a inflação tendo mostrado um perfil aparente de desaceleração, há a expectativa de que o Fed venha a realizar mais um aumento de 0,25 ponto porcentual na reunião de agosto.

Em seu relatório anual de 2005, divulgado na segunda-feira, o Fed informou que a economia dos EUA deve registrar um desempenho positivo neste ano e em 2007, apesar das restrições a uma expansão mais expressiva colocadas pelos altos preços da energia no país.

Também foi divulgada ontem a expansão de 5,6% na economia americana, no primeiro trimestre do ano, a maior em mais de 2 anos. Há um mês o Departamento do Comércio dos EUA havia divulgado uma estimativa de 5,3% de crescimento do PIB no período. O dado de ontem mostra o ritmo mais acelerado de crescimento no país desde os 7,2% registrados no terceiro trimestre de 2003.

O dado superou os 5,5% esperados pelos economistas. Para os próximos trimestres, a previsão é de uma desaceleração na atividade econômica do país, em parte devido à perda de fôlego no mercado imobiliário – que tende a afetar o ânimo dos consumidores americanos para gastar (e cerca de dois terços da economia do país é impulsionada pelo consumo).

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