Taxa média de juros cai ao menor nível histórico em junho

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A taxa média de juros caiu 0,4 ponto percentual em junho, indo para 37% ao ano - seu menor nível histórico - segundo dados divulgados na manhã desta quarta-feira pelo Banco Central.

Para pessoa jurídica, a queda foi maior, de 0,6 ponto percentual, para 23,7% ao ano, enquanto para pessoa física o recuo foi de 0,2 ponto percentual, para 48,4%.

Apesar da queda, os juros do cheque especial continuam em um nível muito elevado, de 139,7% ao ano para o consumidor final, mesmo com um recuo de 0,6 ponto percentual. Em dezembro de 1999, os juros desta modalidade estavam em 138,8% ao ano.

O chefe do departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, reconhece que ainda é muito pesado, mas comemorou o fato de as taxas estarem voltando aos seus pisos.

O crédito direto ao consumidor (CDC) para veículos recuou de 29,8% ao ano para 29,4%. No crédito pessoal, no entanto, houve um aumento das taxas médias de 0,1 ponto percentual, para 52,3% ao ano.

O BC informou que os spreads (diferença entre a taxa de captação e a efetivamente cobrada pelos bancos) recuaram 0,1 ponto percentual no mês passado, para 26,1 pontos percentuais. Para empresas, a queda foi de 0,2 ponto percentual, para 12,6 pontos percentuais, enquanto para pessoa física ficou estável em 37,7 ponto percentual.

O BC informou ainda que o volume de operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 799,2 bilhões no mês passado, com crescimento de 1,3% no mês, chegando a 32,3% do PIB (Produto Interno Bruto). Em maio, essa relação era de 32,1%.

A maior expansão veio dos empréstimos para as empresas, de 1,7% no período para os recursos livres, chegando a R$ 235 bilhões. Na avaliação de Lopes, esse movimento indica que muitas companhias, sobretudo as grandes, estão voltando a captar no mercado de crédito, depois de se financiarem no mercado de capitais (com emissões de papéis, por exemplo).

- Isso ocorre por causa das menores taxas de juros de agora - acredita ele.

A tendência, acrescentou o chefe de departamento do BC, é de que o crédito continue crescendo e as taxas, declinando.