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Novos Formatos

Grupo planeja expansão com casa de pagode e happy hour

Além dos investimentos anunciados para que a marca de casas sertanejas dobre de tamanho, o grupo Woods planeja atuar em 30 cidades de interior em todo o Brasil com seu modelo de casa de happy hour, batizada de Woods Pub.

O protótipo já existe em Curitiba. "É uma casa menor do que normalmente abrimos, para menos de 1 mil pessoas. Com funcionamento logo após o expediente e com uma proposta de refeições também", explica Charles Bonissoni, sócio-diretor de expansão do grupo. A ideia é que o modelo seja implementado em cidades de menor porte, que não têm demanda para grandes públicos.

O grupo também planeja expandir a sua marca de casas noturnas de pagode, a WS Brazil. Com uma sede em Curitiba inaugurada neste ano, os empresários pretendem ampliar a rede em mais 13 locais. "Temos a oportunidade de penetrar no mercado do Norte e Nordeste, que tem menor aceitação do sertanejo, mas consome samba e pagode", completa. O plano, no entanto, ainda se encontra em fase inicial e não tem datas e locais definidos.

Todo grupo de jovens já pensou nisso: criar uma casa noturna para se divertir e, de quebra, ganhar dinheiro. O plano despretensioso tem tudo para dar errado, mas foi assim que surgiu a ideia de criar a Wood’s, que reivindica o título de maior rede de casas noturnas do Brasil. Aos sete anos de idade, a empresa anuncia o investimento de R$ 15 milhões até 2013. A marca, que hoje detém cinco estabelecimentos no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, pretende dobrar o número de casas e expandir sua atuação para outros três estados (Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

"Queríamos uma balada para satisfazer, antes de tudo, a nós mesmos. É algo que todo mundo pensa, mas nunca coloca em prática", afirma o sócio-diretor de expansão, Charles Bonissoni. No caso da Wood’s, quase todo mundo esqueceu. Duas semanas depois da primeira conversa, Charles ligou avisando que já tinha encontrado e contratado uma área para construir a casa noturna. Os cinco colegas nem se lembravam mais da promessa de abrir um bar, mas toparam a empreitada – só para não deixar o amigo na mão.

A ideia do grupo era levar o modelo de alto padrão das casas noturnas, comuns nos estabelecimentos de música eletrônica, para os bares sertanejos. "A música sertaneja estava associada a estabelecimentos de menor qualidade. Pensamos em oferecer uma estrutura de ambiente, serviço e bebidas de alto nível", conta Charles.

Incubadora

Nos primeiros dois meses, a empreitada parecia não ter futuro promissor. "Abríamos a casa para 30, 40 pessoas", relembra Bruno Pissolo, sócio-diretor artístico da Woods. A insistência foi premiada com o boom do movimento musical no período 2005-2006 e a simpatia das classes A e B com o gênero.

Os negócios se expandiram com um modelo peculiar. Para promover o gênero musical, os empresários realizavam shows com artistas iniciantes e desconhecidos. À medida que os cantores se tornavam populares, a casa aparecia como incubadora dos talentos. "Uma coisa alimenta a outra. Demos a oportunidade para dezenas de artistas. Investimos no modelo de dar oportunidades aos artistas locais. Para cada Gusttavo Lima ou Michel Teló que apresentamos, outros 50 continuaram anônimos", justifica Bonissoni.

Exposição

Com essa estratégia, os sócios reivindicam terem pago o primeiro cachê da carreira de Michel Teló. O artista, que hoje recebe cerca de R$ 350 mil por show, na oportunidade não recebeu mais do que R$ 5 mil. Foi na casa curitibana também autor do hit "Ai se eu te pego", já consagrado, gravou o clipe da sua música mais famosa – hoje é o oitavo mais assistido de todos os tempos no Youtube, com mais de 436 milhões de visualizações.

A popularidade do gênero levou os empresários a investirem em estabelecimentos em São Paulo, Foz do Iguaçu, Cascavel e Balneário Camboriú. O crescimento do empreendimento precisou ser acompanhado de uma profissionalização dos negócios. Cada sócio assumiu diretamente uma área de atuação. Quando sentiram a necessidade de uma condução mais profissional nas finanças, recorreram a um sétimo sócio.

Unidade de Curitiba receberá R$ 5 milhões

Dos R$ 15 milhões que o grupo pretende investir nas suas cinco novas unidades, a reforma da curitibana foi a que recebeu o maior montante de recursos. O ponto do Bacacheri, onde tudo começou, ficou de lado depois de inúmeras brigas judiciais em função do barulho externo e do movimento causado na região. A nova sede, no Seminário, terá a mesma capacidade de público que a antiga, 1 mil pessoas por noite, mas agora em uma região mais acostumada com as baladas. "Sempre usamos o que há de mais eficiente em isolamento acústico e agora estaremos em uma área essencialmente comercial, na continuação da avenida Batel. Não temos qualquer preocupação quanto a isso", afirma o sócio-diretor de expansão Charles Bonissoni. A inauguração está prevista para outubro, sem data confirmada.

A insistência da sede curitibana se justifica pela representatividade do mercado local. "O faturamento da casa noturna curitibana é apenas 20% menor que a de São Paulo", afirma. A comparação toma proporções maiores levando em conta que o público paulista é muito maior e os preços médios de entrada e bebidas em São Paulo também são superiores.

Caixa próprio

O investimento total de R$ 15 milhões se dará praticamente com recursos próprios. Sem revelar as proporções, o sócio-diretor financeiro Fábio Borba explica que os empreendimentos noturnos têm dificuldades para pleitear recursos juntos às instituições financeiras. "As casas noturnas ainda sofrem com alguns maus empresários do passado, que sonegavam impostos, contrabandeavam bebidas e até lavavam dinheiro", explica.

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