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Vários indícios estão ao lado da teoria que liga a evolução tecnológica ao desenvolvimento. O tear movido a vapor foi o esto-pim para um ganho de produtividade tão grande e rápido que ficou conhecido como Revolução Industrial. No início do século 20, um fabricante de automóveis americano provocou um novo salto com uma ideia simples: colocou seus funcionários um ao lado do outro, enquanto as peças necessárias para montar carros eram unidas em uma espécie de esteira em movimento, dando origem à linha de montagem da Ford. Mais recentemente, um boom na invenção de sistemas eletrônicos levou à popularização do computador como ferramenta de trabalho.

O poder da inovação não está somente nos grandes feitos e é a esse fato que os projetos de tecnologia social se atêm. Isso porque existe um vácuo entre invenções de ponta e as necessidades de uma parcela enorme da população que ainda vive na pobreza. "Há uma demanda por pequenos equipamentos que não são feitos porque não atraem o interesse das empresas", afirma o sociólogo Glauco Arbix, ex-presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e professor da Universidade de São Paulo (USP). "Isso gera um desperdício do potencial de gente que poderia produzir mais, mesmo com equipamentos simples."

Vácuo

Preencher o vácuo entre a inovação empresarial e as necessidades das pessoas pobres tem uma outra vantagem, além do aumento de produtividade e da qualidade de vida: acelera a absorção de novas tecnologias. Um morador do sertão que guarda água em uma cisterna é candidato a aprender a usar um sistema artesanal de irrigação que, ao longo do tempo, pode evoluir com a introdução de motores. "A própria inovação é um processo em cadeia. Ideias simples vão sendo aperfeiçoadas e dão um impulso para a indústria", comenta Arbix. É o caso da linha de montagem. Inspirada em um matadouro de gado, é hoje cenário comum para robôs. (GO)

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