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Curitiba foi a cidade escolhida pelo banco HSBC para receber o terceiro Centro de Tecnologia Global (GLT, na sigla em inglês), responsável pelo desenvolvimento de soluções em tecnologia para unidades do próprio grupo, localizadas em países onde o custo do trabalho é alto. O elenco de motivos é grande: o preço baixo da mão-de-obra brasileira, a intenção do governo federal de transformar o país em exportador de tecnologia, a infra-estrutura em telecomunicações, a criatividade e o jogo de cintura do profissional tupiniquim, e a possibilidade de manter projetos 24 horas em desenvolvimento. No mundo, existem outros GLTs apenas na China e na Índia.

O anúncio foi feito ontem na cidade pelos executivos do HSBC Jacques Depocas, presidente do GLT no Brasil, John Carr, presidente mundial de operações de Tecnologia da Informação (TI) do banco, e Ignácio Vera, presidente do GLT da Índia. A unidade brasileira vai atender principalmente os Estados Unidos e Canadá, mas também pode vir a desenvolver projetos para a Inglaterra. Nesses países, o custo do trabalho é cerca de 35% mais alto do que aqui. O objetivo da empresa é dividir o trabalho de tecnologia para os países caros em um conceito que chama de 30/20/50: 30% das atividades são desenvolvidas no próprio país, 20% vão para um dos 40 centros de excelência do HSBC espalhados pelo mundo e os outros 50% ficam para os GLTs.

O escritório de Curitiba ocupa um andar inteiro do edifício Corporate Evolution, na esquina das ruas Brigadeiro Franco com Comendador Araújo, no Batel, exigiu investimentos de R$ 12 milhões e tem capacidade para 200 funcionários, dos quais 15 já estão trabalhando e receberam treinamento na Índia. Se tudo der certo, o GLT brasileiro pode ter 2 mil pessoas em três anos.

De acordo com Jacques Depocas, o HSBC segue uma tendência mundial das grandes empresas em levar atividades de tecnologia para países emergentes, o chamado off shoring. "O serviço de telemarketing da Inglaterra está todo na Índia", apontou. Desta forma é possível garantir o desenvolvimento de produtos de qualidade com racionalização dos recursos. Na Índia, por exemplo, o banco conseguiu uma economia de US$ 100 milhões em quatro anos. No entanto, a empresa ainda não tem uma estimativa de quanto vai economizar com a implantação do GLT brasileiro.

A nova unidade não vai atender o Brasil, que já possui uma equipe de 1,3 mil profissionais de TI, também sediados em Curitiba. Os primeiros trabalhos devem ser de atualização, aperfeiçoamento e padronização do serviço de Internet Banking do Canadá e, depois, o desenvolvimento de softwares de gerenciamento de sistemas de operações financeiras de Nova Iorque. A partir de setembro, o escritório deve começar a trabalhar em projetos para Vancouver, que estão com o GLT da Índia. Os profissionais brasileiros vão ter que seguir o padrão indiano, líder em qualidade, de acordo com Depocas. O GLT da Índia conquistou o certificado CMMi5, o mais alto nível de reconhecimento que uma empresa pode conseguir em termos de desenvolvimento e manutenção de informática.

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